Trabalhadores da educação estadual levam demandas à Superintendência

Grupo se reuniu para oficializar uma série de situações consideradas abusivas


Por Renan Ribeiro

10/01/2018 às 21h42

Grupo formalizou documento em que manifesta problemas enfrentados pela categoria (Foto: Olavo Prazeres)

Um grupo de trabalhadores da Educação se reuniu para oficializar uma série de situações consideradas abusivas por meio de documento entregue à Superintendência Regional de Ensino (SRE). A carta oficial foi recebida pela assessoria do órgão e houve a proposição de uma agenda com a superintendente regional Fernanda Moura, que volta de férias na próxima semana. Os manifestantes disseram que, por conta do atraso da volta às aulas, ainda não foi possível organizar uma ação mais contundente, mas eles não descartam a possibilidade de uma greve logo no início do período letivo.

“Estamos indignados com a maneira como o Governo está tratando a Educação. Ele não pagou o 13º (em dia) e fez uma manobra no calendário para empurrar a data de volta às aulas, deixando uma massa de trabalhadores designados sem a totalidade do salário de fevereiro. Complica a vida dos trabalhadores, que têm várias contas para acertar nessa época do ano”, destacou o coordenador do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE), Givanildo Guimarães Reis.

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Ainda de acordo com Guimarães, o acordo feito com os trabalhadores, para pagamento do piso, também não vem sendo cumprido. “Eles nos devem os retroativos de 2016 e 2017. Ainda temos passado por problemas de assédio, como foi o caso do Diário Escolar Digital, no qual há a exigência da modernização do sistema, sem que a estrutura física seja adequada.”

Segundo o Sind-UTE, dos 5.600 trabalhadores da região, 3.300 são contratados, não sendo cobertos nem pelo regime do funcionalismo público e nem pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). “O contrato deveria ser uma situação excepcional, o certo seria trabalhar com os servidores efetivos, mas o Estado não fez mais concursos, ou seja, a maioria está em situação precária.”

O representante dos auxiliares de administração escolar em Juiz de Fora, José Maria Carneiro, afirmou que as reuniões com a equipe do Governo não têm surtido efeito. “Estamos há mais de 20 anos sem concurso para a área. Estamos conscientizando a categoria, porque é um setor que tem salário baixo. Em algumas escolas, há déficit de trabalhadores.”

Amaurílio da Cruz Corrêa, que também é auxiliar de educação básica, reiterou as dificuldades sofridas por esses profissionais. “Esse calendário, por exemplo, cria perda não só para os funcionários, mas também, para as crianças mais carentes, que muitas vezes têm sua única refeição oferecida pela escola, além de quebrar a programação dos pais. Sabemos que há crise, mas esperávamos que pelo menos a metade do 13º fosse paga em dezembro, mas não foi e prejudicou muita gente.”

Outras situações também foram reclamadas pelos presentes, como o cartão do Ipsemg, que é descontado de todos, e não é repassado. “Quando usamos o cartão em serviços ligados à Saúde, como em farmácias, consta que não houve repasse. Queremos saber para onde vai esse dinheiro”, protestou Corrêa. A Tribuna fez contato com a Secretaria Estado de Educação (SEE), mas até o fechamento desta edição, não conseguiu contato.

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