Serrinha sem perspectiva de voos regulares
O Aeroporto Francisco Álvares de Assis, o Serrinha, comportou 2.130 pousos entre voos executivos e de táxi aéreo no ano passado, 6,4% a mais em relação ao ano anterior (2.001). O balanço da chamada aviação geral, divulgado pela Secretaria de Transportes e Trânsito (Settra), não considera os voos regulares, suspensos desde abril. Neste caso, foram apenas 310 ante os 940 realizados em 2013, considerando, mais uma vez, apenas os pousos.
No balanço, percebe-se que o desempenho da aviação geral no ano passado foi um pouco inferior (-1,11%) ao de 2012 (2.154). Em relação aos voos regulares, há uma queda drástica, de 84% no desempenho de 2014 ante 2012. Naquele ano, foram 1.937 pousos, o maior número verificado desde 2008. Na comparação de 2013 com 2012, a redução chega a 51,4%. No ano passado, cinco pousos foram classificados como aviação internacional contra 12 em 2013.
O secretário de Transportes e Trânsito, Rodrigo Tortoriello, comenta que a realização do transporte executivo e de táxi aéreo está mantida no Serrinha. Em relação aos voos regulares, disse que não é possível garantir a retomada este ano, que depende do interesse das empresas em operar na cidade. Conforme o secretário, algumas das principais companhias aéreas do país foram procuradas, sem que houvesse avanço nas conversações. A intenção é conseguir viabilizar a ligação de Juiz de Fora com algum grande centro brasileiro, como São Paulo ou Belo Horizonte. “Não gostaria de criar expectativa, porque não depende da Prefeitura. Não posso obrigar uma empresa a voar aqui.”
Segundo Tortoriello, além das empresas que já oferecem fretamento aéreo na cidade, pretende-se atrair companhias especializadas no serviço, especialmente as do Rio de Janeiro. O objetivo é dar apoio aos aeroportos cariocas: Santos Dumont e Galeão. A intenção da Settra é voltar a conciliar, no Serrinha, os voos fretados com os regulares. “Uma atividade não exclui a outra, quanto mais voos melhor, porque gera mais movimento e receita para o aeroporto.” O secretário destacou a potencialidade do Serrinha, que conta, inclusive, com novo caminhão de combate a incêndio e garantiu: “não vamos desistir”.
Apesar de estar previsto no Programa de Investimentos em Logística: Aeroportos, que visa a ampliar 270 terminais regionais, o Serrinha não foi contemplado na lista dos 28 primeiros terminais regionais a receberem obras federais para melhorias em infraestrutura e qualidade dos serviços aeroportuários. Conforme Tortoriello, a última notícia recebida pela Secretaria de Aviação Civil foi a de que o anteprojeto estava aprovado. Esta etapa precede a licitação. Na sua avaliação, a iniciativa do Governo federal não evoluiu muito nos últimos dois meses, mas a expectativa é que avance este ano.