Lojistas projetam vendas modestas


Por Tribuna

08/10/2015 às 07h00- Atualizada 08/10/2015 às 07h48

Consumidores que vão às compras optam por produtos com preços mais baixos (Fernando Priamo/07-10-15)

Consumidores que vão às compras optam por produtos com preços mais baixos (Fernando Priamo/07-10-15)

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Mesmo em um ano economicamente recessivo, é difícil não atender o pedido de filho, neto, sobrinho ou outra criança do coração. Para garantir o presente da data, sem apertar (ainda mais) o orçamento doméstico, vale pesquisar preços, trocar por um brinquedo mais barato e até pechinchar descontos. É sob esta perspectiva, devidamente controlada pelos efeitos macroeconômicos, que lojistas em Juiz de Fora esperam manter o resultado de vendas do ano passado. O Sindicato do Comércio (Sindicomércio) avalia que, se houver alta, ficará entre 2% e 4% na comparação com 2014.

A aposentada Lúcia de Oliveira antecipou as compras e foi às ruas ontem, em busca de presentes para dois netos. Ela comenta que a preocupação com o momento econômico é grande, mas a vontade de presenteá-los é maior. Por isso, buscou lembranças mais em conta. O aposentado Joseli de Arruda comprou presentes para o sobrinho e para 14 meninos do bairro onde mora. Para atender a todos, escolheu presentes com valor médio de R$ 5. “A crise está cada vez pior, mas não posso deixar a data passar em branco para eles”, disse. A doméstica Alcione Pereira pesquisou bastante antes de atender o pedido da filha de 4 anos, que quer uma cozinha de brinquedo. “Vou parcelar e vai dar para pagar.” Já a dona de casa Marcilene Salhb Ribeiro afirma que fica receosa de assumir pendências financeiras, mas não deixará de levar a boneca escolhida pela filha para casa.

Para o sócio-proprietário da Domith, Luiz Alexandre Domith, apesar de o movimento ter aumentado esta semana, a expectativa é que as vendas se equiparem às de 2014. O motivo, segundo ele, é a crise econômica, com alta do desemprego e dinheiro caro e escasso. “Se houver alta, não deve passar de 3%”, estima. Conforme Domith, a procura, que costuma ganhar corpo até 15 dias antes da data, deve se intensificar principalmente no sábado, quando o comércio funciona em horário estendido. Para o empresário, o tíquete médio, este ano, deve ficar entre R$ 50 e R$ 60. Pesquisa do Sindicomércio aponta que o gasto da maioria dos pais (47,10%) não deve superar R$ 100 na cidade.

A proprietária da loja Criança Feliz, Nádia Mechalany, também aposta em faturamento igual ao do ano passado. Segundo ela, o movimento começou a melhorar ontem. A expectativa dela também está concentrada no sábado e no próprio feriado, dia em que a loja será aberta. Um preocupação, no entanto, é o fato de o Dia das Crianças cair na segunda-feira, incentivando viagens. “Mesmo apertados e endividados, os pais nunca deixam de presentear.” Para Nádia, o valor médio do presente deve ficar em torno de R$ 50.

O presidente do Sindicomércio, Emerson Beloti, afirma que, entre o empresariado, há expectativas otimistas e outras nem tanto. Com um posicionamento mais conservador, a entidade estima que, se houver alta, não deve superar 4%. Beloti cita o impacto das inseguranças política e econômica na decisão de compra do consumidor e na expectativa de vendas do setor. Pondera, no entanto, que a confiança em melhor desempenho no final do ano persiste.

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Fiscalização

O Procon/JF deflagrou, na segunda-feira, fiscalização específica para a data. Os fiscais começaram a percorrer shoppings, lojas de departamento e estabelecimentos especializados em brinquedos, analisando itens, como precificação, formas de pagamento, procedência (dados do fabricante e importador, se for o caso) e informações obrigatórias na embalagem (classificação etária e aprovação do Inmetro). Conforme o superintendente do Procon, Nilson Ferreira Neto, o objetivo é verificar se os fornecedores respeitam as normas previstas no Código de Defesa do Consumidor (CDC). “O objetivo é prevenir que o consumidor seja lesado.”

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