Cresce demanda nos aeroportos da Zona da Mata

Itamar Franco teve alta de 7,5% do número de passageiros, e Serrinha é 3º mais movimentado em aviação executiva em MG


Por Gracielle Nocelli Repórter

05/01/2019 às 17h30- Atualizada 05/01/2019 às 17h34

Pelo Aeroporto Presidente Itamar Franco passaram quase 140 mil passageiros em 2018 (Foto: Felipe Couri/Arquivo TM)

Na contramão do cenário nacional, que mostrou queda da demanda por voos em 2018, os aeroportos da Zona da Mata viram as atividades crescerem ao longo do ano, dada as devidas especificidades. O número de passageiros no Aeroporto Presidente Itamar Franco, localizado entre Goianá e Rio Novo, foi de 139.344 entre 1º de janeiro e 15 de dezembro. O total representa aumento de 7,15% em comparação com os 130.035 embarques e desembarques ocorridos em 2017. Já o Aeroporto Francisco Álvares de Assis (Serrinha), em Juiz de Fora, registrou 8.306 operações, entre pousos e decolagens de voos particulares e de instrução, até o último dia 15. Os números do ano passado não foram contabilizados por conta do término do contrato com a antiga empresa administradora, o que fez com que o terminal ficasse sem operadores durante o segundo semestre.

No Itamar Franco, atuam as companhias Azul Linhas Aéreas e Gol Linhas Inteligentes. A primeira opera voos para o Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas. Já a segunda iniciou o ano com oferta de voos para Congonhas, em São Paulo, e Pampulha, em Belo Horizonte. No entanto, desde o dia 4 de agosto, a linha para a capital mineira foi cancelada devido às restrições dos voos regionais no terminal em questão. Devido ao fato, o número de voos semanais realizados em Goianá caiu de 24 para 18.

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Na avaliação da administração, a expectativa é de que as atividades possam crescer mais em 2019. “Consideramos 2018 como um ano favorável, pois verificamos aumento do número de passageiros. Acreditamos que este crescimento ocorreu devido à inclusão do destino para Belo Horizonte por parte da Gol. Para o próximo ano, esperamos buscar novas oportunidades junto às empresas aéreas a fim de oferecer condições cada vez melhores aos usuários. Além disso, esperamos concluir o processo de alfandegamento do Terminal de Cargas até março.”

Serrinha é o 3º mais movimentado em Minas

Serrinha teve uma média de 830 movimentações por mês em 2018 (Foto: Fernando Priamo)

O total de 8.306 operações realizadas no Serrinha, desde janeiro até o último dia 15, corresponde a uma média de 830 movimentações por mês, entre pousos e decolagens. Os números colocam o aeroporto no patamar do terceiro mais movimentado do estado, atrás apenas dos terminais de Confins, em Belo Horizonte, e de Uberlândia, conforme informações divulgadas pela Prefeitura de Juiz de Fora (PJF). A comparação é feita pela média de pousos e decolagens realizadas nos aeroportos. Os outros dois terminais citados realizam voos comerciais e também transporte de cargas. “Percebemos o aumento mensal da movimentação em virtude da presença de uma empresa apta a administrar o equipamento”, diz o secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo, Rômulo Veiga.

Ele relembra que, em agosto de 2017, o contrato com a empresa concessionária que administrava o aeroporto foi suspenso. Apenas em janeiro de 2018 a nova empresa assumiu a administração. Neste lapso, Rômulo explica que não foram cobradas taxas de pousos, decolagens e tarifas aeroportuárias de navegação, uma vez que não havia operadores aptos a fazê-las. “O balanço de 2018 é positivo, pois houve um avanço no que diz respeito à modelagem de um Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI), apoiado pelo BDMG, com o objetivo de se transformar em uma parceria público-privada (PPP), fazendo com que o equipamento seja utilizado em sua máxima potencialidade, desonerando o Município de despesas. Além disso, houve recuperação de parte da infraestrutura do sítio aeroportuário.”

Apesar do interesse citado pelo secretário, o Serrinha ainda não foi contemplado pelos editais de chamamento para PMI. No final de dezembro, a Prefeitura lançou dois documentos, um referente ao complexo esportivo – que inclui o Estádio Municipal Radialista Mário Helênio e o Ginásio Poliesportivo Jornalista Antônio Marcos (em construção), com uma área de estacionamento – e outro a um complexo comercial e de serviços, que abrange o projeto de edifício garagem. Procurada pela Tribuna, a assessoria da Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) não informou o motivo de o Serrinha não ter sido objeto de chamamento.

Para 2019, as expectativas incluem a conclusão do processo de PPP e o apoio às iniciativas do Aeroclube de Juiz de Fora e da empresa administradora na busca por novas oportunidades de negócios. “Neste sentido, o Aeroclube investe e busca alternativas de qualificação profissional, prospectando novas parcerias para qualificação de mecânicos, comissários, complementando, assim, a formação de pilotos, já consolidada”, explica Rômulo.

No país
Os dados divulgados pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) mostram que a demanda por voos domésticos no país reduziu ao patamar de 2011. Além da crise econômica, que impactou diretamente o número de consumidores, as companhias enfrentaram a alta dos combustíveis e a variação do câmbio ao longo de 2018, fatores que contribuíram para redução das operações.

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