Número de indústrias que recorrem à terceirização caiu nos últimos anos


Por Guilherme Arêas

04/04/2017 às 18h35- Atualizada 04/04/2017 às 18h40

Uma pesquisa divulgada pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) aponta que o número de indústrias mineiras que recorrem à prestação de serviços terceirizados caiu nos últimos três anos. De acordo com dados do levantamento que ouviu 202 indústrias na primeira quinzena de outubro do ano passado, 67,2% de empreendimentos industriais terceirizam alguma atividade da empresa. Em sondagem similar realizada em 2014, o percentual observado era maior e chegava a 72,2%. As empresas de grande porte são as que mais recorrem à mão de obra terceirizada (78,7%). Contudo, apenas entre as pequenas indústrias houve incremento no percentual deste tipo de contratos, passando de 58,5%, em 2014, para 61,5%, em outubro. Os dados, contudo, foram coletados antes da sanção de legislação federal que libera a terceirização para todas as atividades das empresas – incluindo as atividades-fim -, assinada pelo presidente Michel Temer (PMDB) na última sexta-feira.

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A sondagem traz ainda outros detalhamentos sobre a terceirização no setor industrial mineiro. Entre os serviços que têm o maior percentual de mão de obra terceirizada requisitada estão o de montagem e manutenção de equipamentos (50,9%); logística e transporte (48%); consultoria técnica (42,8); e segurança e vigilância (38,7%). Entre os empreendedores ouvidos, a grande maioria justifica a opção por serviços prestados por terceiros como forma de redução dos custos de produção. Tal percentual chega a 91,5%. Em seguida, aparecem argumentos como ganho de tempo , aumento da qualidade e uso de novas tecnologias.

Em uma perspectiva futura, o estudo divulgado pela Fiemg prevê que a expansão da contratação de serviços terceirizados tende a atingir as grandes indústrias de forma mais substancial – 36% admite a possibilidade. De forma geral, o percentual é mais tímido, uma vez que das 202 empresas ouvidas, 21% quer dar mais espaço para mão de obra terceirizada em sua produção. Uma vez mais, registrou-se uma queda em relação ao observado em consulta feita em 2015, quando os prognósticos de incremento da prestação de serviços por terceiros eram admitidos por 25% das indústrias que participaram da amostragem.

Antes mesmo de a lei federal que permite a terceirização de atividades-fim ser sancionada e, consequentemente, se tornar alvo de ponderações sobre sua legalidade – na última segunda-feira, a Rede Sustentabilidade acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) contra a norma -, as indústrias mineiras já se posicionavam favoráveis à terceirização, conforme item integrante do levantamento.

Para 40,3% das empresas ouvidas, o impedimento da contratação de mão de obra terceirizada resultaria em perda de competitividade; 17,6% afirmam que implicaria na inviabilização de linhas de produção. Apenas 25% consideraram que nada seria afetado, enquanto 17% não responderam.

Segundo a pesquisa da Fiemg, boa parte das indústrias mineiras acompanham se as empresas contratadas para a prestação de serviço terceirizado estão em dia com suas obrigações trabalhistas – 75,8% – e com regras de saúde e segurança do trabalho – 70,6%. Por fim, à época do levantamento, 66,7% revelavam que a insegurança jurídica figurava como maior entrave à utilização de mão de obra terceirizada.

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