Corre-corre na busca por ovos de chocolate


Por Marise Baesso

04/04/2015 às 17h26- Atualizada 06/04/2015 às 08h11

A uma hora para encerrar o expediente nas lojas do Centro de Juiz de Fora, que funcionaram em horário normal neste sábado (4), o cenário nas ruas era de corre-corre em busca dos últimos ovos de chocolate disponíveis nas lojas especializadas. Quem deixou a compra para a véspera – a maioria dos consumidores, segundo avaliação do Sindicato do Comércio (Sindicomércio) – teve de enfrentar fila e se contentar com a falta de variedade. O lojista mais cauteloso, que não investiu muito no estoque, perdeu vendas na manhã deste sábado. A maioria das lojas do Centro fechou às 14h, e o movimento foi intenso desde as primeiras horas do dia.

A balconista Joelma Cristina dos Santos tentou, mas não conseguiu levar, com antecedência, as lembranças de Páscoa para casa. Ela aproveitou o horário do lanche no sábado para quitar a lista com três presenteados. Depois de tentar entrar em uma loja lotada e não encontrar variedade na segunda, conseguiu comprar os ovos que desejava. Já Ângela Turolla antecipou a tarefa, mas voltou às ruas ontem e se surpreendeu com o movimento intenso. Ela pretendia comprar um bombom caramelado de sobremesa, mas não conseguiu encontrar. O produto estava em falta, assim como a maioria das trufas da sua loja preferida.

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A proprietária da Grenoble localizada no Braz Shopping, Cristina Ayub, estava com o mostruário praticamente vazio. Ela comenta que, por conta do cenário econômico adverso e com medo de encalhe, não investiu muito no estoque e perdeu vendas neste sábado. Só ontem, foram recebidas seis caixas de ovos trufados e ao leite, todas foram vendidas. “A procura foi grande.” A proprietária preferiu não estimar se haverá alta no faturamento este ano.

Já a proprietária de quatro lojas da marca Chocolates Brasil Cacau em Juiz de Fora, Geisa Dornellas, aumentou em 45% o estoque ante o ano passado e calcula que apenas 10% dos produtos não devem ser vendidos. Para ela, é um bom resultado mediante a visível redução no poder de consumo. “As lojas estão cheias, e há filas”, comemora. Na loja Cacau Show na Galeria Constança Valadares, as prateleiras estavam completamente vazias. Na Lojas Americanas localizada no Calçadão da Rua Halfeld, o movimento foi intenso desde a abertura, antes das 8h. Os corredores ficaram apertados para tantos compradores, que tiveram de redobrar a paciência para enfrentar as longas filas. Lá, os produtos de marca própria estavam esgotados desde o início da tarde.

Para o presidente do Sindicomércio, Emerson Beloti, a maior parte dos consumidores, mais uma vez, deixou as compras para a última hora. Ele considera prematuro estimar o movimento da data e destaca a expectativa do empresariado de, pelo menos, equiparar o faturamento ao de 2014. “O empresário do comércio está com muito pé no chão e não comprou a mesma quantidade de antes. Por conta dessa conduta mais conservadora, creio que, dentro do que se almejava, pode ter sido vendido o mesmo do ano anterior.”

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