Procon de São Paulo mira produtos à base de soro de leite

Indústrias de laticínios estão colocando no mercado produtos à base de soro de leite e com embalagens muito parecidas com as dos itens originais


Por Tribuna

24/08/2022 às 17h13

O Procon de São Paulo vai apertar o cerco contra as indústrias de laticínios que colocam no mercado produtos à base de soro de leite e com embalagens muito parecidas com as de itens que levam leite em sua composição. Esses produtos começaram a ganhar mais espaço com a disparada do preço do leite. Na semana passada, a Tribuna publicou matéria em que apontou a diferença entre as misturas que têm sido encontradas no mercado.

O uso do soro de leite, um subproduto da fabricação de queijo, não é proibido para alimentação humana – é regulamentado pelo Ministério da Agricultura na fabricação de vários produtos da cadeia láctea. A oferta desses itens, porém, tem se tornado mais visível nos mercados. A semelhança entre as embalagens pode, segundo especialistas, induzir o comprador a erro.

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Atraído por um preço entre 30% e 40% menor do que o produto de referência, o consumidor pode levar para casa “bebida láctea” em vez de leite. A confusão pode se repetir no leite condensado, trocado pela “mistura láctea condensada de leite e soro de leite”. No caso do requeijão, aparece nas prateleiras a “mistura de requeijão e amido”. O leite em pó pode ser confundido com o “composto lácteo”, enquanto o creme de leite poderia ser trocado pela “mistura de leite, soro de leite, creme de leite e gordura vegetal”.

A polêmica veio à tona no mês passado, quando o Procon de São Paulo notificou a Quatá Alimentos. A empresa foi solicitada a dar explicações sobre a comercialização e distribuição da bebida láctea Cristina, à base de soro de leite.

Na época, a Quatá Alimentos informou, por meio de nota, que “procurando não provocar confusão no ponto de venda, lançou esse produto sob essa nova marca, porque não fabrica leite caixinha (UHT) com a marca Cristina”.

“A partir deste caso, estamos fazendo um levantamento das empresas que têm adotado essa postura para notificá-las”, afirma Guilherme Farid, diretor executivo do Procon-SP.

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