Procon-SP notifica a Apple por venda de iPhones sem carregador
Empresa tem prazo para apresentar explicações que envolvem a não inclusão do carregador nos novos aparelhos
No início deste mês, a Apple polemizou nas redes sociais ao anunciar que não venderia os novos iPhones com carregadores. Segundo a empresa, a decisão foi tomada por uma questão ambiental e alegou que os usuários da marca já possuem os dispositivos. E, com caixas menores, seria possível transportar mais unidades em uma única remessa, diminuindo a emissão de gases poluentes.
Essa atualização abrange não só os novos iPhones 12, que foram anunciados pela empresa em outubro, mas também os modelos 11, XR e SE 2020, atualmente à venda no Brasil. A medida, porém, não foi bem recebida. A empresa foi formalmente notificada, na terça-feira (27), pelo Procon-SP para prestar esclarecimentos sobre a falta do item na compra.
Em comunicado, o Procon-SP busca entender porque a empresa tomou tal “decisão comercial, qual é o custo dos dispositivos oferecidos separadamente e o que será disponibilizado para a aquisição do consumidor para que seja efetuada a recarga”. Além disso, o Procon quer saber se o consumidor tem como alternativa a utilização de outros dispositivos com a mesma função e como será o atendimento em garantia. O carregador, vendido separadamente pela Apple, custa cerca de R$ 220, e tem garantia de um ano.
A Apple tem prazo para apresentar explicações sobre a não inclusão do carregador nos futuros modelos de iPhone 12, que tem previsão de lançamento no mercado nacional este ano. O comunicado do Procon não tem informações sobre os atuais modelos vendidos pela empresa sem carregador – os iPhones 11, XR e SE 2020.
Procurada pelo Estadão, a empresa disse que não vai comentar o assunto. A prática pode configurar venda casada, considerada prática abusiva pela legislação brasileira, uma vez que o celular pode não funcionar corretamente sem o carregador, tornando a aquisição do equipamento obrigatória.