Requalificação do Espaço Mascarenhas pode ser concluída apenas em 2024

Projeto vencedor de concurso realizado em 2020 ainda passa por adaptações e depende de verbas; previsão é que primeiras intervenções, na Praça Antônio Carlos, aconteçam em 2022


Por Júlio Black

28/11/2021 às 07h00

Concurso para escolher projeto de requalificação do Espaço Mascarenhas foi realizado em 2020, e obras devem se estender pelo menos até 2024 (Foto: Fernando Priamo)

As obras de arquitetura e urbanismo do Espaço Mascarenhas – que abrange o Centro Cultural Bernardo Mascarenhas (CCBM), Mercado Municipal, Praça Antônio Carlos e a Biblioteca Municipal Murilo Mendes, entre outros equipamentos _ ainda têm um longo caminho para saírem do papel. Segundo o secretário de Planejamento do Território e Participação Popular da Prefeitura de Juiz de Fora, Martvs das Chagas, a previsão atual indica a conclusão de toda a requalificação do complexo apenas em 2024, com a execução sendo feita em partes e começando pela Praça Antônio Carlos em 2022.

Entre os motivos apontados pelo secretário estão a necessidade de discutir as adequações do projeto vencedor do concurso “Fábrica Mascarenhas”, realizado em 2020, às necessidades de transformação do espaço, e também a obtenção de verbas para a realização dos serviços.

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O projeto vencedor, do Austral Studio, de Curitiba (PR), resultou num prêmio de R$ 40 mil para seus criadores e na contratação do escritório para o desenvolvimento dos projetos de urbanismo e arquitetura de um dos principais pontos do Centro Histórico da cidade. Em dezembro do ano passado, o então secretário de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Agropecuária (Sedeta), Jackson Moreira, estimou que as mudanças poderiam estar concluídas até o final de 2021. Na ocasião, ele informou que os recursos seriam oriundos de o Programa de Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa) contratado pela Prefeitura de Juiz de Fora com a Caixa Econômica Federal, num total de R$ 5 milhões.

Entretanto, 2021 está em seus dias finais e as obras, até agora, não começaram. De acordo com Martvs das Chagas, são dois os motivos principais: os R$ 5 milhões não eram destinados apenas à requalificação do Espaço Mascarenhas, e foram utilizados na reforma do telhado do CCBM, nas obras de acessibilidade do Teatro Municipal Paschoal Carlos Magno e no banheiro do Parque Halfeld. Apenas uma parte desse valor ainda segue destinada ao projeto – no caso, a reforma da Praça Antônio Carlos.

“Desde que assumimos o governo, estamos fazendo um novo estudo sobre as necessidades de transformação do Espaço Mascarenhas, pois é um complexo interativo em que você tem inúmeras interações sociais muito importantes, com diversas ramificações. Vários órgãos municipais (além da sua pasta, Martvs cita as secretarias de Agricultura, Turismo e a Funalfa) estão dialogando com as pessoas envolvidas no Mercado Municipal para encontrar o melhor formato de reforma e transformação do espaço, com objetivo que ele se mantenha de acordo com os objetivos de sua criação, que são oferecer um local atrativo para as pessoas e que os comerciantes possam manter seus negócios”, explica. “Os frutos desse diálogo devem resultar em um projeto básico que será implementado e permitirá as reformas necessárias.”

Além desses debates em âmbito municipal, Martvs acrescenta que um dos representantes do Austral Studio já esteve na cidade para conhecer melhor a realidade do complexo e seu entorno, e que uma segunda visita não está descartada. “A proposta vencedora do concurso é um projeto conceitual que está sofrendo mudanças por meio desses diálogos entre os entes envolvidos e a população. Ele serve de base para os projetos de engenharia e outros, complementares, que precisam ser elaborados”, pontua. Procurado pela reportagem, o Austral Studio não retornou os contatos.

Complexo Mascarenhas deve passar por mudanças de forma separada em cada um de seus componentes, a começar pela Praça Antônio Carlos (Foto: Fernando Priamo)

Primeiras obras em 2022

Um exemplo de adequação apontado pelo secretário é em relação à Praça Antônio Carlos. De acordo com ele, o projeto apresentado em 2020 não levava em consideração a feira que acontece às quartas-feiras no espaço. “Essa feira não existia na época do concurso. O ‘master plan’ da praça foi adequado às suas funcionalidades atuais, e já temos os projetos de engenharia e complementares.” Por isso mesmo, as obras de requalificação da Praça Antônio Carlos já estão – de acordo com Martvs – na fase de elaboração do edital de licitação, com o objetivo de iniciar os serviços no próximo ano.

No caso do restante do complexo, o secretário diz que – além das constantes conversas sobre as adequações do projeto – estão buscando os recursos necessários para a execução das obras, uma de cada vez. “Cada unidade será tratada de maneira distinta, mas a partir de uma unidade arquitetônica. Começaremos pela Praça Antônio Carlos, em seguida o Mercado Municipal e, por fim, buscaremos recursos para o CCBM e a Biblioteca Municipal”, elenca Martvs das Chagas, acrescentando que a Rua Dr. Paulo de Frontin, inicialmente incluída na iniciativa, a princípio ficará de fora do projeto.

“No caso do Mercado Municipal, estamos finalizando uma proposta de busca de recursos, e, se tudo correr bem, teremos os recursos no início de 2022. Para o CCBM e Biblioteca Municipal, ainda vamos elaborar a proposta de recursos. A projeção inicial é que tenhamos condições de abrir licitação no segundo semestre do próximo ano, e a partir daí tentar concluir até 2024.”

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