Francisco de Paula abre a mostra ‘Páginas viradas’

Esta é a primeira exposição do artista plástico em quase 40 anos


Por Júlio Black

27/10/2017 às 07h00- Atualizada 27/10/2017 às 07h28

Francisco de Paula destaca a sexualidade feminina em suas obras. (Foto: Marcelo Ribeiro)

Francisco de Paula, o artista plástico, deu lugar nas últimas décadas ao Francisco de Paula designer gráfico e de objetos, que trabalhou na própria agência de propaganda e, posteriormente, como artesão criador de objetos multifuncionais. Mas o artista sempre esteve, em meio aos ofícios que exigiam criatividade e um toque pessoal, e agora retorna de vez com a abertura nesta sexta-feira (27), às 20h, da exposição “Páginas viradas”. De acordo com Francisco, esta é a primeira mostra em 40 anos, e ficará no local até 14 de novembro.

No total, são sete obras de relevo em alumínio, material que adotou no lugar da madeira ao utilizá-lo no design de objetos. As peças foram criadas a partir de três etapas: na primeira, Francisco fazia o desenho livre; depois, estes eram passados para as folhas de alumínio por meio de uma frisadeira digital de alta precisão, que fazia o recorte dos desenhos seguindo os traços do artista; por fim, ele manipulava as chapas para criar os efeitos desejados. O resultado é uma série de obras que criam uma ideia e sensação de tridimensionalidade, cujo foco principal é a sexualidade feminina.

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Francisco de Paula conta que a série demorou cerca de dois anos para ficar pronta e que ela é fruto da necessidade de retomar o caminho das artes plásticas. Ele destaca, ainda, que o empurrão decisivo para o retorno do artista plástico em sua essência foi dado pelo curador da exposição, o poeta Ronald Polito. “Ele viu meus desenhos e me incentivou a voltar a fazer arte. São 38 anos desde minha última exposição”, diz Francisco. Quanto ao uso do alumínio no lugar da madeira, ele afirma que a transição foi um processo natural, visto que o metal foi descoberto por ele ao voltar ao design de objetos, em 2009. “Sempre foi a primeira opção para o meu retorno, era a matéria-prima mais versátil para as ideias que eu tinha e pela própria experiência com o design. Nem pensei na madeira. Ainda tenho alguns desenhos voltados para as chapas de alumínio que podem resultar em futuras obras, mas primeiro o artista vai dar uma descansada para ver o resultado da exposição”, adianta. “Além disso, tenho outros estudos igualmente fantásticos, que vão envolver outros materiais.”

Homenagem ao feminino

Francisco de Paula ressalta que o total de obras na exposição (sete) remete ao número, como os dias da semana, os pecados capitais e as virtudes. Mas, antes de tudo, “Páginas viradas” é uma ode às mulheres, lembrando tudo de bom ou ruim que viveram em sua existência. “Elas foram artífices do meu imaginário. Eu estudei a história da mulher na humanidade. Admiro as mulheres por sua delicadeza, prudência, por serem mais responsáveis, sensíveis às coisas. Elas é que deveriam estar na política, ficaria muito feliz se o sexo feminino tomasse o poder”, diz Francisco, casado há 25 anos com Myriam Loureiro.

PÁGINAS VIRADAS
Abertura nesta sexta-feira, às 20h.
Segunda-feira a sábado, das 15h às 19h, na CasaVinteum (Rua 21 de Abril 25 – São Mateus). Até 14 de novembro.

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