Corredor Cultural: 8 mil pessoas e 87 atrações

Diretor-geral da Funalfa, Zezinho Mancini faz balanço da 11ª edição do Corredor Cultural, que aconteceu no último fim de semana


Por Júlio Black

27/05/2019 às 15h20- Atualizada 27/05/2019 às 15h28

Remiwl Street Crew foi uma das atrações do Corredor Cultural e se apresentou no Teatro Paschoal Carlos Magno (Foto: Gil Velloso/Funalfa)

Convergência, acessibilidade e resposta do público e artistas quanto à proximidade das atrações: estes foram os três principais pontos positivos que o diretor-geral da Funalfa, Zezinho Mancini, destacou na manhã desta segunda-feira (27), em entrevista para a Tribuna, sobre o balanço parcial da 11ª edição do Corredor Cultural. O evento aconteceu no último final de semana e é parte da programação de comemoração dos 169 anos de Juiz de Fora, celebrados nesta sexta-feira (31).

Segundo a Funalfa, foram realizadas 87 atividades, entre atrações musicais, teatrais, de dança e exposições com um público estimado de oito mil pessoas. Algumas atrações ainda podem ser conferidas pelo público, como as exposições no CCBM (até 2 de junho) e sobre o cineasta João Carriço, que permanece no Espaço Reitoria (UFJF) até o dia 28 do próximo mês.

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De acordo com Zezinho Mancini, entre seus compromissos nesta segunda-feira estava participar de reuniões com a equipe criativa da Funalfa para fazer a análise dos três dias do Corredor Cultural, mas desde já ele destaca a resposta positiva de público e artistas, entre outros motivos, pela aposta na convergência de eventos na região central da cidade, além das atividades que ofereceram de forma efetiva opções de acessibilidade para pessoas com deficiência. “Estamos muito satisfeitos com o resultado. Tivemos propostas e uma programação de qualidade. A gente falava antes das inscrições sobre o conceito do Corredor este ano ser sobre convergência; as pessoas se encontrarem no Centro, com os artistas, e vice-versa, e tivemos muitas propostas de encontros, seja entre os próprios artistas, seja encontrar o público na ruas, acabou vindo deles também”.

Para promover esses encontros, Zezinho observa que a decisão por concentrar as atividades no Centro tem sido considerada, a princípio, acertada. Ele explica que a edição anterior – excepcionalmente realizada em dezembro por conta da greve dos caminhoneiros em maio passado, que provocou o adiamento do Corredor Cultural – recebeu algumas críticas pelos eventos descentralizados, uma tendência dos anos anteriores, que em certos casos não tiveram a melhor resposta de público. “Nosso pensamento é de que o Corredor Cultural é um evento que funciona como maratona, com atividades mais próximas. Conseguimos lidar melhor com o hábito do juiz-forano de andar a pé, oferecendo acesso facilitado a tudo, e acho que aproveitar essa característica da cidade foi um acerto do evento”, diz. “Não fizemos pesquisa de campo, mas ouvimos de muitos artistas e do público que a concentração ajudou; disseram que facilitava ir de um evento ao outro em pouco tempo, até mesmo ir a eventos diferentes e depois se encontrar.”

Acessibilidade foi um dos pontos positivos do evento, como na exposição de Adauto Venturi, ainda em cartaz no CCBM (Foto: Tamires Fortuna/CCBM)

Parceria com iniciativa privada

Com um balanço preliminar de oito mil pessoas comparecendo aos eventos, Zezinho vê como importante o apoio da Unimed, que em 2018 apoiou o Corredor Cultural por meio da Lei Rouanet mas que este ano, devido às indefinições quanto à Lei de Incentivo à Cultura, não pôde manter a parceria nos mesmos moldes. Mesmo assim, o diretor-geral da Funalfa diz que a empresa fez um aporte de R$ 30 mil para a impressão de materiais de divulgação diversos, camisas, sem contar o que a Unimed gastou em divulgação na mídia (jornal, televisão). Já a Prefeitura, segundo Zezinho Mancini, teve um gasto de R$ 150 mil com os eventos do Corredor Cultural.

Outro ponto positivo que o diretor-geral da Funalfa disse ter conferido in loco foi a questão da acessibilidade. Ele explica que desde 2017 pelo menos os editais têm colocado como critério relevante a acessibilidade (textos em braile, tradução em libras, audiodescrição), mas que desta vez, enfim, houve diversas ações de muito impacto. “A apresentação do Grupo Macauã (‘Amazônia em foco’), no domingo (26), tinha tradução em libras em tempo real, assim como no Samba de Colher, também no domingo.”

Ele destaca ainda a exposição de Adauto Venturi (‘Sonitus visualis’) no CCBM, que oferece textos em braile e teve a visita da Associação dos Cegos no sábado (25). “Vi a alegria das pessoas em poder participar de uma exposição, que além do braile tinha sons em algumas obras e que também podiam ser tocadas. Já o ‘Cine Xuxu’ (com videoclipes de MC Xuxu) teve libras e audiodescrição. Este foi um dos pontos de maior destaque no Corredor, porque conseguimos ver a política pública se tornando prática e o oferecimento de cultura sendo irrestrita.”

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