Prefeitura anuncia reabertura do segundo andar do Museu Mariano Procópio
Visitação de espaço será retomada após 15 anos paralisada, segundo a PJF; pavimento receberá exposição “Fios de Memória: a formação das coleções do Museu Mariano Procópio”
A Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) anunciou que após 15 anos sem visitação, o segundo andar do prédio do Mariano Procópio será reaberto nesta sexta-feira (3 de março). A ação integra a segunda etapa do processo de reabertura total do espaço, conforme a Administração municipal. A partir de sábado, dia 4, nas dez salas do segundo andar, os visitantes terão acesso à exposição “Fios de Memória: a formação das coleções do Museu Mariano Procópio”, que recupera as coleções de Alfredo Ferreira Lage e do próprio Museu ao longo de suas trajetórias.
De acordo com a Prefeitura, o espaço estava fechado por conta da necessidade de intervenções no local, realizadas recentemente. A partir da reabertura do segundo andar, será possível conferir uma amostra de diversos itens da coleção histórica. Entre eles, está a onça pintada taxidermizada, peça tradicional na história do Museu e presente na memória de quem visitou o espaço antes do fechamento em 2007. Além disso, há também um vasto acervo de história natural, como mamíferos, aves, minerais, corais, conchas, insetos, entre outros.
No total, o Museu Mariano Procópio conta com cerca de 53 mil peças entre pinturas, esculturas, gravuras, desenhos, livros raros, documentos, fotografias, mobiliário, prataria, armaria, numismática (estudo das cédulas, moedas e medalhas), cartofilia (colecionismo de cartões postais), indumentária (vestuário da época), porcelanas, cristais e peças de história natural, conforme a PJF.
A inauguração do segundo pavimento acontece nesta sexta-feira, a partir das 18h, e contará com a presença de autoridades, servidores da instituição, integrantes do Conselho Amigos do Museu e de profissionais de setores históricos e culturais da cidade. Já a visitação para o público geral será a partir das 10h30 de sábado. Para visitar o Museu, é possível acessá-lo pela pela Rua Dom Pedro II 350, e pela Rua Mariano Procópio 1.100. A entrada é gratuita e livre para todas as idades.
Coleção
A exposição “Fios de Memória: a formação das coleções do Museu Mariano Procópio” trará diversas obras que compõem o acervo da fundação. De acordo com a PJF, entre elas, estão pinturas estrangeiras como “Bord’s de L’Oise”, de Charles François Daubigny, considerado um dos precursores do impressionismo francês; “Jardin des Plantes”, de Jules Scalbert; e “Après Midi en Holland”, de Willem Roelofs, artista holandês do século XIX. Esta última é a única obra do artista que se encontra fora da Holanda atualmente.
A mostra também englobará pinturas brasileiras, como “Folhas de Outono”, do pintor sergipano Horácio Hora, um importante representante do romantismo; “Jornada dos Mártires”, de Antônio Parreiras, que retrata a passagem de Tiradentes e os inconfidentes por Matias Barbosa, cidade próxima a Juiz de Fora, se tornando uma das mais importantes obras sobre a Inconfidência Mineira; e “Bandeirante”, de Rodolfo Amoêdo.
Ainda conforme a PJF, a exposição também busca abordar temas como a representação dos negros e dos indígenas como importantes atores sociais da história. Além disso, o protagonismo feminino também estará presente por meio da pintora Maria Pardos, companheira de Alfredo e uma de suas grandes influenciadoras; e da Viscondessa de Cavalcanti, prima de Alfredo e grande colecionadora, que doou inúmeros objetos para comporem a coleção do Museu Mariano Procópio.
Traços biográficos do fundador da instituição, Alfredo Ferreira Lage, bem como diversos aspectos de suas coleções, como o caráter eclético, a influência feminina e os vínculos com as memórias monárquicas, também serão apresentados. Além disso, serão abordadas as mudanças e permanências que marcaram o perfil das coleções da instituição após o seu falecimento, em 1944. De acordo com a PJF, a ideia ainda é sinalizar desafios interpostos aos museus pela sociedade contemporânea, a fim de reinterpretar e ressignificar suas coleções, visando ao cumprimento dos papéis sociais dessas instituições no presente e no futuro.