Nova adaptação de ‘O homem invisível’ estreia nesta quinta-feira
Clássico personagem se torna o vilão em um relacionamento abusivo e tóxico
Seja como obra de ficção ou retratada nas páginas de jornais e nos noticiários da TV, a violência contra a mulher e relacionamentos abusivos/tóxicos por parte de (ex?) maridos, namorados, noivos companheiros têm entre suas características, muitas vezes, as denúncias e pedidos de socorro por parte das mulheres que são ignorados por parentes, amigos, até mesmo a polícia, serviços e instituições que deveriam zelar pelo seu bem-estar. É como se as pessoas fechassem os olhos, olhassem pro lado, até mesmo fizessem de conta que a violência não existe, ou que ela é invisível.
E se o agressor, a ameaça, fosse literalmente invisível, mas presente o suficiente para transformar a vida dessa mulher num eterno estado de terror, em que todos à sua volta duvidassem ainda mais de suas denúncias? É com essa premissa original que o diretor Leigh Whannell apresenta a sua versão para “O homem invisível”, que estreia nesta quinta-feira, 27, com Elisabeth Moss (“The handmaid’s Tale”, “Mad Men”) no papel principal.
A adaptação tem como base um dos clássicos da literatura de ficção científica e terror, escrita por H. G. Wells em 1897 e que já teve inúmeras versões para o cinema, a primeira delas em 1933. A mais famosa, talvez, seja “O homem sem sombra”: com direção de Paul Verhoeven e Elisabeth Shue e Josh Brolin, o longa tinha Kavin Bacon como o cientista que resolve usar a fórmula da invisibilidade em si mesmo, e que vai enlouquecendo e se tornando mortalmente violento.
A Universal Pictures já pensava em um remake desde 2007, mas o sucesso do Universo Cinematográfico Marvel fez o estúdio planejar um “universo de monstros”, incluindo Frankenstein, Jekyll and Hyde e outros personagens clássicos do terror, mas o fracasso de “A múmia” (2016), com Tom Cruise, cancelou o projeto – e deu a liberdade que Whannell precisava para arriscar um novo foco para a história, com o Homem Invisível sendo o grande vilão da trama, desde o início.
Na história, Elisabeth Moss interpreta Cecilia Kass, que está presa em um relacionamento abusivo, tóxico e violento com o cientista Adrian Griffin (Oliver Jackson-Cohen) – do tipo em que o cara todos os passos da vítima, determina o que ela veste, sua aparências, todos os seus passos. Depois de uma série de agressões e ameaças, Cecilia consegue escapar dessa prisão e procura tocar sua vida, mas é surpreendida com a repentina morte do ex-namorado, que ainda deixou uma herança para ela – que tem sérias dúvidas quanto à “morte” do ex.
A desconfiança vira certeza quando coisas estranhas começam a acontecer ao seu redor, e não é pouca coisa. Esses acontecimentos fazem com que Cecilia acredite que o ex não apenas forjou sua morte, como fez isso após descobrir a fórmula da invisibilidade que permitiria a ele cumprir a promessa de jamais deixá-la em paz, além de se vingar da fuga da sua “propriedade”. O problema, claro, é que ninguém acredita nela a princípio – assim como vemos em tantas histórias que costumam ter um final trágico.
O homem invisível
“The invisible man”. EUA, fantasia, terror, suspense, 125 min. De Leigh Whannell. Com Elisabeth Moss, Oliver Jackson-Cohen, Harriet Dyer.
Refilmagem do clássico de 1933. Na trama, um cientista brilhante descobre como se tornar invisível. Mas sua invenção acaba custando sua sanidade.
UCI 3 (dub): 13h30, 18h50. UCI 3 (leg): 16h10, 21h30. Cinemais Jardim Norte 1 (dub): 14h10, 18h50,21h20
Classificação: 14 anos