Cantora Luma Schiavon, de Rodeiro, lança primeiro EP

‘Minha lucidez é minha ruína’ tem cinco músicas e já está disponível nas plataformas de streaming


Por Júlio Black

26/02/2021 às 07h00

luma schiavon
Luma Schiavon levou dois anos gravando seu primeiro EP (Foto: Divulgação)

Nascida na pequena cidade de Rodeiro, a cantora e compositora Luma Schiavon quer mandar para o espaço os limites geográficos impostos até agora ao seu trabalho. Vivendo atualmente em Ubá, a artista lançou na última quinta-feira (25) o seu EP de estreia, “Minha lucidez é minha ruína”, produção independente que pode ser conferida nas principais plataformas de streaming. As músicas foram gravadas no estúdio Na Trilha, com produção de Celso Moreira.
“Minha lucidez é minha ruína” chega no momento em que a artista já acumula nove anos de carreira, que começou aos 16 anos no esquema voz e violão nos bares de Rodeiro, participando de bandas ou de apresentações de outros artistas, além do espetáculo criado por ela, “Luma canta divas”, em que interpreta clássicos de grandes cantoras, e dos shows com suas canções autorais.
As primeiras composições de Luma foram feitas aos 14 anos, mas apenas no ano passado ela lançou os primeiros singles. “Acho que precisei primeiro ter uma certa maturidade. Comecei muito nova, tocando principalmente voz e violão em bares. Em Rodeiro não encontramos muitos músicos e espaços para fazer shows, mas sempre tive vontade de ter uma banda; quando consegui montar esse show em que canto Rita Lee, Cássia Eller, Adele, Amy Winehouse, isso me deu um gás muito maior para chegar no ponto em que estou hoje, de ter a segurança de me afirmar como artista, compositora, autora, musicista”, diz. “Precisava me encontrar como compositora, passar por um processo de amadurecimento de composição. Agora é o momento certo de lançar essas músicas. Para mim não faria sentido ter lançado essas canções ‘soltas’ durante os anos”, explica.

PUBLICIDADE

Influências e inspirações

Dentro desse espírito de amadurecimento, Luma conta que o EP foi “gravado calmamente” por cerca de dois anos. “Não é comum, mas fui gravando nesse período com calma e também por ser independente; tem a questão financeira, tive que dar conta de tudo sozinha.” Ela acrescenta que, quando tudo estava pronto, veio o imprevisto que ninguém esperava. “Ia começar a trabalhar o EP no início de 2020, estava tudo preparado, mas chegou a pandemia e acabei adiando até o meio do ano, e aí veio o convite do Zé Geraldo para participar da live dele, resolvi lançar o primeiro single, ‘Janeiro (Headband)’. Depois veio ‘Valsa do adeus’, que ainda ganhou videoclipe.”
Esperar tanto tempo para lançar seu trabalho autoral cobrou um preço: a dificuldade de escolher o que entraria no EP. Segundo Luma Schiavon, foi preciso fazer uma seleção que se baseou mais na parte técnica que na emocional. “Escolhi o que achava que era realmente bom para mostrar às pessoas pela primeira vez o que sou como compositora. Tive um apoio muito grande do produtor (Celso Moreira), fomos encontrando um link entre as músicas que mostrei, mas principalmente um estilo para que não ficasse muito diferente, por ser tratar de momentos diferentes da minha vida. Mas ainda acho que tem uma pluralidade muito grande e que mostra muito das minhas influências.”
Influências, aliás, não faltam ao EP, que mesmo assim mantém sua personalidade ao promover o encontro entre a nova MPB, música mineira – em especial o Clube da Esquina -, indie, blues e rock. “Eu escuto muita coisa, mas principalmente o que dá para perceber no EP é o blues, a nova MPB; e levei algumas coisas mais pontuais para o estúdio, como o álbum ‘Clube da esquina 2’. Cheguei a levar músicas específicas dele para me inspirar, como ‘Doutrina’, e pedi ao Celso para pegar alguns timbres das músicas d’O Terno e também as coisas mais anos 70 que aparecem no Boogarins. A ideia é tentar me integrar ao que chamamos de nova MPB.”

luma schiavon

Na companhia do conterrâneo

Luma Schiavon também comentou a oportunidade que teve de participar de uma live do seu conterrâneo de Rodeiro, o cantor Zé Geraldo, que aconteceu em setembro passado dentro do projeto #ArteSalva, por meio da Lei Aldir Blanc e que foi transmitida pela Rede Minas.
“O Zé Geraldo não é só um ídolo, mas também um grande amigo. A gente já tinha uma proximidade desde a minha infância, pois ele é amigo do meu pai, e à medida que fui me desenvolvendo musicalmente, ele sempre acompanhou, dava muita força, perguntava como estava indo. Ele assistiu a um dos shows do ‘Luma canta divas’, gostou muito e aí acabou rolando esse convite. Além de sempre me apoiar, é uma das principais influências e inspirações.”
Quanto ao futuro, Luma pretende promover o EP, e, para isso, já está na pré-produção do próximo videoclipe, “Luzes e cachaça”. Porém, é só o começo. “Pretendo lançar singles inéditos e mais um videoclipe de alguma música desse EP durante o ano. Mas estou em constante mudança, quero seguir diversos caminhos na música, sempre experimentando.”

luma schiavon

LEIA TAMBÉM: Renato da Lapa live: ‘a música não tem pressa para ser composta’

O conteúdo continua após o anúncio

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.