Bloco afro Muvuka promove festival para selecionar músicas de trabalho

O bloco afro Muvuka abriu no início do mês as inscrições para o festival de composição musical “Muvuka – O canto dessa Muvuka é meu”, com o objetivo de selecionar três composições que se tornarão músicas de trabalho do projeto cultural/musical ainda em 2021. As inscrições estão abertas até 15 de fevereiro, e o edital pode ser acessado em forms.gle/icsEAXzmTkDLXCS99.
Para participar do concurso, os interessados devem enviar composições autorais com temas relevantes para a cultura afro-mineira, preferencialmente desenvolvidos em consonância rítmica com o samba de congado, ritmo trabalhado pelo Muvuka. Podem participar artistas maiores de 18 anos que atuem em Juiz de Fora e municípios da Zona da Mata, listados no edital, com o limite de uma composição por autor, podendo ainda ser o coautor em até outras duas músicas.

De acordo com a organização do festival, ele é dividido em três fases, sendo a primeira a de recebimento das músicas. A segunda deve acontecer cerca de duas semanas depois do encerramento das inscrições, quando uma comissão irá selecionar as dez composições finalistas. A terceira e última fase deve acontecer no final de março, em uma live nas páginas do bloco no Facebook e Instagram (@muvukamg), quando serão apresentadas as canções finalistas, com as vencedoras escolhidas pelo voto popular. O primeiro lugar receberá o prêmio de R$ 1 mil, com R$ 600 para o segundo colocado e R$ 400 para o terceiro. Os recursos da premiação são oriundos dos recursos repassados ao grupo por meio da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc aplicada no município de Juiz de Fora. Para tirar eventuais dúvidas, o Muvuka deve realizar no início do próximo mês mais uma live explicando como preencher o formulário.

Letra e melodia

Segundo um dos organizadores do festival, Henrique Guilhem, são duas as motivações para o bloco realizar o concurso no atual contexto de pandemia. “Observamos que os blocos afros carregavam músicas-temas para seus carnavais e queríamos uma música que trouxesse algo da nossa cultura afro-mineira. Procuramos compositores para fazer desde nosso primeiro carnaval, e em 2019 tínhamos vontade de fazer o concurso. Agora, com a realidade da pandemia e os recursos que recebemos da Lei Aldir Blanc, resolvemos usá-lo como fomento da cultura para a cidade”, explica.

Henrique deu ainda maiores detalhes sobre como os artistas podem se inscrever. “É preciso escrever um release sobre o tema, de onde veio a inspiração, enviar a letra e um videodemo cantando para sabermos como é a melodia. Vamos avaliar a melodia da voz com a letra, mas também pode usar algum instrumento para acompanhar”, destaca. “Pode ser em qualquer ritmo da cultura afro, que depois adaptaremos para o samba de congado.”

Com o carnaval ainda indefinido na cidade, Henrique Guilhem diz que as músicas serão aproveitadas no próximo desfile do bloco, mas enquanto isso elas serão trabalhadas durante o ano em demonstrações on-line. “Quando houver carnaval, certamente elas serão apresentadas”, finaliza.