Zezinho Mancini substitui Rômulo Veiga na Funalfa

Antigo superintendente assume a Secretaria de Desenvolvimento Econômico


Por Júlio Black

22/05/2018 às 17h08

Zezinho Mancini assume a superintendência da Funalfa com o objetivo de manter a filosofia de seu antecessor, Rômulo Veiga (Foto: Leonardo Costa)

A Funalfa tem um novo superintendente. Após quase 17 meses no cargo, Rômulo Veiga deixou o posto na terça-feira (22), dedicando-se a partir de agora apenas à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo (Seddetur), que ocupava interinamente desde o início de abril no lugar de João Matos. Em seu lugar, assume o ator e produtor Zezinho Mancini, que era o diretor cultural da Funalfa.

De acordo com Rômulo Veiga, as conversas a respeito da troca de pasta começaram há pouco mais de uma semana, e o convite foi feito no último final de semana. Um dos motivos para a efetivação foi a dificuldade de conciliar as agendas da Seddetur e da Funalfa. O objetivo, de acordo com os dois, é manter a continuidade do trabalho feito atualmente na Funalfa, mas totalmente distante da ideia de continuísmo.

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“Quisemos provocar a menor ruptura possível. O Zezinho foi um dos principais atores das mudanças feitas a partir dessa visão que implantamos na Funalfa, que inclui uma maior participação popular, do Concult. Foi uma escolha natural do prefeito Antônio Almas para dar um senso de continuidade”, explica Rômulo. “A minha escolha demonstra o desejo de continuar o que tem sido feito, manter a atual filosofia. Claro que algumas coisas mudam, afinal temos personalidades diferentes, mas seria ruim mudar a filosofia implantada pelo Rômulo”, destaca Zezinho Mancini.

Cultura econômica, e economia cultural

Um dos pontos presentes na filosofia do ex-superintendente Rômulo Veiga – e que ele costumava salientar em diversas ocasiões – é pensar a política cultural também com uma visão econômica. “Da mesma forma que não dá para ter produção cultural sem visão econômica, não podemos ter desenvolvimento econômico sem desenvolvimento cultural. É uma filosofia que pretendo implantar, promovendo a sinergia da Seddetur com outros setores. Acredito que foi este um dos motivos para substituir em definitivo o João Matos (último titular da secretaria), que fez um trabalho excepcional.”

Sobre o convite para comandar a Funalfa, Zezinho Mancini diz sentir “um tanto de espanto, de expectativa”. “O que não tem é orgulho”, afirma. “Não é algo que almejei. Tenho uma relação com a Funalfa que vem da adolescência. O espanto talvez venha da mudança na relação com a classe artística, pois muitos são meus amigos, mas espero que o diálogo permaneça. Dialogo e lido bem com o outro.”

“Importante ressaltar que minhas ações à frente da Funalfa tiveram minhas impressões digitais, assim como o Zezinho deixará as deles. E serão duas secretarias que trabalharão juntas.”, frisa Rômulo. “Ter uma pessoa com pensamento econômico para a cultura na Seddetur pode ser importante para a Funalfa”, antecipa o novo superintendente.

Balanço e perseverança

Sobre sua passagem pela Funalfa, Rômulo Veiga destaca a implantação da atual filosofia – que inclui o pensamento dos produtos culturais como integrantes dos setores produtivo e econômico -, a preocupação em levar o público e a classe artística para as discussões das ações a serem promovidas, e a tentativa de mostrar que a cultura deve estar no centro das políticas públicas, como fator essencial para o desenvolvimento educacional, econômico e social, entre outros.

“A cultura tem a capacidade de agregar, e hoje, infelizmente, vivemos numa sociedade que está se desagregando. É um desafio que coloquei no Dia Um na Funalfa e que continua sendo meu, que sou cineasta de formação: tirar a unidimensionalidade da cultura, algo que espero contar com a classe artística. Tivemos um avanço pequeno, mas significativo.”

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Por isso mesmo, o ex-superintendente acrescenta que o caminho é longo, mesmo que ele e Zezinho estejam unidos em prol de um objetivo em comum. “Um país que tem um passivo social como o nosso tem um sentimento de urgência muito grande, que não pode ser confundido com açodamento. As ações públicas levam tempo. Temos que pensar que as ações de hoje trarão benefícios no futuro, o que queremos hoje pode virar realidade mais para frente.”

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