Mais opções para curtir a cultura de JF em casa

Funalfa promove iniciativa #ViralizaCultura, com artistas locais, que também seguem como opções para o público nas redes sociais


Por Júlio Black

22/03/2020 às 07h00- Atualizada 22/03/2020 às 12h14

Mal chegamos ao primeiro final de semana depois que todas as opções de lazer estão fechadas por causa da pandemia do novo coronavírus, mas parece que já se passaram semanas, correto? Com praticamente todo mundo enfurnado em casa, parece que as opções diminuem, mesmo quando se pode pagar pela TV por assinatura, streaming e outras opções virtuais.

Em Juiz de Fora, várias iniciativas seguem a surgir à medida que se acostuma à nova realidade. A Funalfa, por exemplo, lançou a campanha #ViralizaCultura, com o objetivo de viabilizar o acesso à cultura e divulgar o trabalho dos artistas da cidade – além de ser uma forma de ocupar o tempo de quem está no conforto de seus aposentos. A iniciativa pode ser conferida no Instagram, nas páginas @funalfacultura, @museuferroviariojf, @ccbm_jf, @BM.murilomendes e @casadeleituradelfina, e também na página da Funalfa no Facebook. Os interessados podem buscar maiores informações com a Assessoria de Comunicação da Funalfa pelo e-mail funalfa.imprensa@gmail.com.

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Para o diretor-geral da Funalfa, Zezinho Mancini, a Covid-19 não pode ser vista como um impedimento para a população ter acesso à arte e cultura locais. Dessa forma, ele acredita que a Funalfa tem papel importante para divulgar expressões artísticas como música, dança, poesia, artes plásticas, leitura e desenho, entre outros, por meio da interação nos ambientes virtuais.

Zezinho explica que uma das inspirações da campanha veio de um texto da poeta portuguesa Matilde Campilho a que ele teve acesso no início da semana. “É um texto simples, cotidiano, mas bastante contemporâneo no sentido de narrar o momento presente. Ela fala sobre a beleza dos dias, da casa, dos amores e de como o vírus impede que ela possa demonstrar esse amor com um simples toque no rosto de quem é amado. Além da delicadeza do texto, fiquei tocado com a possibilidade de recriarmos as narrativas do dia a dia pelo viés da arte”, diz.

Dançarino Walmor Calado se apresentará em evento on-line.

A partir daí, foram realizadas reuniões com os departamentos da fundação para definir como seria realizada a iniciativa. “A coisa foi se desdobrando em diversas ações, que vão desde o estímulo à criação, passam pela divulgação do artista local, consumo da nossa cultura e chegam às boas práticas que todos estão cansados de saber, mas que não podemos deixar de reforçar: não sair de casa, lavar as mãos etc. Decidimos então propor um movimento maior, que não envolvesse apenas a Funalfa e sua capilaridade nas redes, que tem alcance limitado. Batizamos como #viralizaculturajustamente para tentar transformar esse momento tão delicado – e especialmente delicado para as artes e a cultura – em algo positivo.”

Engajamento dos artistas

O diretor-geral da Funalfa acrescentou que serão lançadas várias propostas nos próximos dias a fim de entender o que terá resposta positiva junto à classe artística e ao público juiz-forano, além de estimular que os artistas façam o mesmo por conta própria. O uso da hashtag foi pesado exatamente para que se possa monitorar e que a Funalfa tenha como servir de multiplicadora dessas ações isoladas. “Acredito que nesse momento não deve haver divisão entre poder público e sociedade civil no campo das artes. Todos devemos nos unir e apoiar uns aos outros para minimizar os efeitos da paralisação forçada dos nossos trabalhos”, pontua.

A divulgação da #viralizacultura pelas redes sociais teve início na última quinta-feira (19), e, de acordo com Zezinho Mancini, os funcionários da Funalfa também buscaram contato direto com artistas próximos. Os resultados, afirma, foram positivos, com artistas como Knorr, RT Mallone, Thiago Miranda, Jorge Lenzi, Arthur Laizo, Ana Paula Torquato, DelGuiducci, Cia. Sala de Giz, Margaret Marinho, Paula Delgado, Fernanda Cruzick, Daniel Rodrigues, MC Xuxú, Pedro Carcereri, Walmor Calado e Coletivo Descolônia engajados na iniciativa.

Rapper RT Mallone é um dos artistas que aceitaram o convite para participar do projeto da Funalfa. (Foto: Fernando Priamo)

“Mesmo com esse pouco tempo de divulgação já temos autorização para exibir alguns filmes. Estamos recebendo vídeos de poetas declamando textos autorais, obtivemos agenda de músicos que farão exibições ao vivo e também alguns contatos diretos oferecendo ideias para a campanha”, comemora.

“Ainda estamos no início dos trabalhos. Outras cidades têm feito ações semelhantes, a ideia é trocar experiências e ir aos poucos encontrando as melhores ferramentas para estimular a produção, a circulação e o consumo de arte nas redes”, continua. “A proposta surge num momento extremamente negativo, mas a gente acredita que esse momento pode ser um marco de reinvenção da forma como artistas e produtores atuam na plataforma digital. Até então aproveitamos muito pouco da potência desse canal, e a ocasião pode nos trazer pensamentos e fórmulas que irão criar um novo vínculo dos artistas com o público, das artes com a mídia.”

Poesia numa hora dessas? Com certeza

Umas das ações pensadas pelo #viralizacultura tem a ver com o dia Mundial da Poesia, comemorado em 21 de março. Segundo o gerente de espaços da Funalfa, Luiz Fernando Priamo, vários poetas da cidade foram convidados a produzir um vídeo com cerca de um minuto declamando poesias de sua própria autoria, que serão divulgados pelas redes sociais da Biblioteca Municipal Murilo Mendes.

DelGuiducci leva seu “Curto & osso” para o projeto promovido pela Funalfa. (Foto: Fernando Priamo)

“Eles serão compartilhados no Instagram e Facebook da Biblioteca, e dali replicados pelas redes da Funalfa. Já recebemos alguns vídeos até hoje (sexta-feira), e a galera está adorando. Acho que nesse momento a solidariedade impera – ainda bem -, e é uma forma de mantermos a sanidade em dia. É muito importante para todos nós, neste momento, ficar em equilíbrio”, afirma.

“E no décimo terceiro bilionésimo dia, Deus arrancou todas as folhas das árvores que restaram sobre a Terra, enrolou-as em nuvens tóxicas, acendeu no sol e ficou lá pitando, esperando o pessoal acabar de se devorar. Não com pesar, tampouco regozijo, mas antes preguiça: pois era domingo, e na segunda ele iria começar tudo de novo.”

Miniconto de Wendell Guiducci, do livro “Curto&osso”

CONFIRA VIRTUAL

MÚSICA

  • No YouTube

Caetano Brasil
Lado de Cá
Carol Tavvares
Tatá Chama& As Inflamáveis
Dudu Lima Trio
Luizinho Lopes

  • No Spotify

Playlist “Labels we love PUG Records”
Playlist “2019 NÃO FOI UM ANO RUIM”
Playlist “…E obrigado pelos peixes”
Playlist “Basement Tracks – DJ Set”
Playlist “O choro é livre!”

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SÉRIES

  • No YouTube

Boo e Outras Coisas

CINEMA

  • Curtas-metragens no YouTube

“Sardas”, de Francisco Franco
“Os 3 Atos de Carlos Adão”, de Diego Navarro e Francisco Franco
“Resguardo”, de Francisco Franco e Luiz Fernando Priamo

  • Animações no YouTube

“OmeletoAnimation”, de Madeline Sharafian
“ESMA Movies”
“PixarSparkShorts”

LITERATURA

  • E-books gratuitos

(Basta baixar no celular o aplicativo Kindle a criar uma conta no serviço)

“Os sertões”, Euclydes da Cunha
“Universos da arte”,FaygaOstrower
“A arte da guerra”, Sun Tzu
“Sejamos todos feministas”, ChimamandaNgoziAdichie
“Dom Casmurro”, Machado de Assis
“Viagens de Gulliver”, Jonathan Swift
“Uma carta à juventude”, León Trotsky
“Triste fim de Policarpo Quaresma”, Lima Barreto
“Macunaíma”, Mário de Andrade

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