M3GAN: longa com boneca assassina chega aos cinemas

Filme estreia nesta quinta e mostra como a falta de controle sobre a inteligência artificial pode se tornar um verdadeiro terror 


Por Elisabetta Mazocoli, sob supervisão de Carolina Leonel

19/01/2023 às 08h06

Filme conquistou 93% de aprovação da crítica especializada (Foto: Reprodução)

O terror costuma acompanhar de perto as mudanças da sociedade e os novos medos que surgem à medida que ela se transforma. O longa “M3GAN”, que estreia nesta quinta-feira (19) nos cinemas, segue essa premissa e acompanha a trajetória de uma menina que passa a ter a companhia e ser cuidada por uma boneca desenvolvida a partir de inteligência artificial. O objetivo da criação é aliviar a rotina dos pais, deixar a criança em boa companhia e sempre protegida. Conforme a boneca vai entrando na vida da pequena Cady (Violet McGraw), no entanto, os espectadores poderão acompanhar o desenvolvimento de uma verdadeira obsessão por parte da boneca, que vai ultrapassando qualquer barreira.

“M3GAN”, que é a abreviação de Model 3 Generative Android, é criada por Gemma (Allison Williams, de Corra!), uma especialista em robótica e tia de Cady. Utilizando novas tecnologias disponíveis no mercado relacionadas à inteligência artificial e com o intuito de inovar na área, ela decide programar a boneca, inclusive, para servir de apoio emocional à sobrinha que, na trama, acaba se tornando órfã. O filme inova dentro do gênero justamente por não tratar de uma possessão demoníaca ou abordar algo sobrenatural, mas por abordar quais são os limites das tecnologias que entram na rotina das pessoas.

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Com a missão de proteger sua dona, a boneca passa a atacar todos os que ameaçam a menina de alguma forma. À medida que a narrativa avança, diversas mortes passam a acontecer com as pessoas que tentam se aproximar da criança, mas não necessariamente oferecem risca. A tia de Cady passa, então, a desconfiar de sua invenção e tenta salvar a sobrinha. Ela percebe que a boneca, que deveria também atender outras crianças, passa a ser um perigo pela falta de domínio que se tem sobre quais serão as suas ações. A pergunta é lançada: os seres humanos controlam a tecnologia ou ela os controla?

O longa, portanto, lança questões éticas para o público, inclusive no que diz respeito ao tempo que as crianças e pré-adolescentes passam acompanhadas apenas pela tecnologia, especulando o quanto esses meios podem impactar sua formação e até moldar a ligação de robôs com humanos. Ainda que pareçam temas sérios e difíceis, o filme acerta em mesclar terror com cenas também de comédia, proporcionando alguns alívios cômicos ao longo da trama.  

Uma das cenas que viralizou, logo que o trailer foi lançado, é justamente de M3GAN dançando passos que parecem ter acabado de sair da rede social TikTok. Com esse tipo de estratégia, o filme também tem cativado o público mais jovem, e até conquistado lugar entre os personagens icônicos do terror. O longa já alcançou uma bilheteria impressionante, atingindo US$ 98 milhões durante a sua estreia internacional – um marco difícil de alcançar, principalmente para filmes de terror. Além disso, o filme conquistou 93% de aprovação no Rotten Tomatoes, site que agrega a crítica especializada de cinema e televisão. 

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