Os Caça-Fantasmas estão de volta em ‘Ghostbusters – Mais além’

Longa de Jason Reitman tenta retomar bem-sucedida franquia dos anos 80; outra estreia é “Noite passada em Soho”, de Edgar Wright


Por Júlio Black

18/11/2021 às 07h00

O bom e (bem) velho Ecto-1 de guerra vai se juntar a uma turminha esperta para combater o mal em “Ghostbusters – Mais além” (Foto: Divulgação)

Hollywood tem verdadeira obsessão por fazer reboots, remakes, remakes disfarçados de reboots – e vice-versa – e continuações que, na verdade, são remakes e/ou reboots de alguns clássicos (e filmes ruins também, a verdade dói mas tem que ser dita). Apesar de nem sempre a fórmula ter sucesso, a capital mundial do cinema é teimosa que ela só em tentar ressuscitar algumas franquias. É o caso de “Ghostbusters – Mais além”, que estreia nesta quinta-feira no Brasil e é a segunda tentativa de requentar o suflê que fez tanto sucesso nos anos 80.
Explicando: lançado em 1984, “Os Caça-Fantasmas” era a famosa “tempestade perfeita” para o cinema: um ótimo diretor (Ivan Reitman), ótimo elenco (Bill Murray, Harold Ramis, Dan Aykroyd, Ernie Hudson, Sigourney Weaver, Rick Moranis, Annie Potts), trilha sonora inesquecível e uma história redondinha, sobre uma turma de cientistas que desenvolveu uma tecnologia para capturar criaturas sobrenaturais. O sucesso foi tão grande que a produção teve uma continuação cinco anos depois, além de ter virado desenho animado, série em quadrinhos, videogame… e o sempre esperado terceiro filme com o elenco original nunca saiu do plano das ideias, principalmente depois da morte de Harold Ramis, em 2014.
Mas Hollywood não desiste, pois sempre pode existir uma história com os “herdeiros”, a “nova geração” ou coisa do tipo para zerar o jogo. Foi assim que surgiu “Caça-Fantasmas”, em 2016, um retumbante fracasso de público, mas não tanto de crítica. Os problemas foram dois, basicamente: a dificuldade de conquistar uma nova audiência, que majoritariamente sequer havia nascido em 1984, e a misoginia daquela parcela do público que acha que tudo “destrói sua infância” e que fez de tudo para sabotar o filme por causa das protagonistas mulheres. E nem as participações especiais de Bill Murray e Cia. ajudaram a arrefecer a fúria dos machinhos nerds.
Mas como escrevemos no parágrafo anterior, Hollywood não desiste, e lá vamos nós retornar à franquia, que desta vez parece apostar na geração “Stranger things” para conseguir aquele reboot bem-sucedido e preparar futuras continuações. Se o longa de 2016 tinha direção de um estranho no ninho (Paul Feig), desta vez quem sentou na cadeira foi Jason Reitman, filho do diretor dos dois primeiros longas.
A história toma distância da Nova York vista nos três longas anteriores, e, a princípio, nada de cientistas caçando ectoplasmas. O cenário é uma cidadezinha do interior norte-americano, para onde a mãe solteira Callie (Carrie Coon), falida, se muda com os dois filhos, Phoebe (Mckenna Grace) e Trevor (Finn Wolfhard), enquanto espera cair o pix da herança de um parente distante.
O que a moça vai descobrir apenas depois de chegar ao novo lar (uma antiga fazenda da família) é que a tal cidadezinha tem sofrido abalos sísmicos inexplicáveis – que, na verdade, são fruto de uma ameaça (tcharam!) sobrenatural. Por conta disso, os filhos de Callie vão se unir aos novos amigos e um professor fã dos Caça-Fantasmas (Paul Rudd) para investigar o mistério, que vai revelar que a família de Phoebe e Trevor tem uma tradição de combater as criaturas oriundas de outros planos da existência.

Eu tive um sonho, e não foi bom

Anya Taylor-Joy estrela “Noite passada em Soho” (Foto: Divulgação)

Outra estreia da semana é o aguardado “Noite passada em Soho”, mais recente projeto do diretor Edgar Wright (“Scott Pilgrim contra o mundo”, “Em ritmo de fuga”). A história de terror tem como protagonista a jovem Eloise (Thomasin McKenzie), apaixonada por moda e pelos anos 60 e que vive nos cafundós da Inglaterra. Ela consegue vaga em uma universidade em Londres, e por isso se muda para a capital inglesa e aluga um quarto numa antiga casa no bairro de Soho.
Até aí, tudo bem, mas o negócio fica estranho quando a jovem começa a ter sonhos em que viaja para a Londres da década de 1960 e passa a acompanhar a vida de Sandie (Anya Taylor-Joy), uma aspirante a cantora. E o que era estranho se torna aterrorizante quando Sandie é assassinada e Eloise descobre que o autor do crime nunca foi descoberto – e pior: ainda está vivo e disposto a manter seu segredo oculto, nem que para isso precise matar mais uma vez. Definitivamente, a vida da moça não será moleza, seja no presente ou no passado.

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