Sois rei! Sois rei! Sois rei!


Por Júlio Black

18/05/2017 às 07h00

Depois de ser criado entre a marginalidade londrina, Arthur (Charlie Hunnam) descobre a cor de seu sangue ao se tornar o portador Foto: divulgação
Depois de ser criado entre a marginalidade londrina, Arthur (Charlie Hunnam) descobre a cor de seu sangue ao se tornar o portador Foto: divulgação

De todos os reis e rainhas que marcam a história do Reino Unido, poucos são tão conhecidos quanto o Rei Arthur. A questão, porém, é que até hoje ainda restam (muitas e muitas) dúvidas se o monarca, que seria o responsável por unir os bretões e expulsar os saxões entre os séculos V e VI, realmente existiu ou se é um personagem mítico das histórias medievais e romances de cavalaria. História ou folclore, as Histórias Arturianas até hoje fazem parte do imaginário popular, que engloba o lendário Castelo de Camelot, o mago Merlin, a Távola Redonda, os cavaleiros Lancelot, Galahad, e a espada Excalibur.

Dentre tantos contos e livros e peças teatrais a respeito de Arthur, a cultura pop também tomou para si a lenda do cavaleiro bretão, seja em animações (“A espada era a lei”, da Disney) ou em longas com tintas mais dramáticas (“Lancelot, o primeiro cavaleiro”), de clima épico (“Excalibur”) ou, no melhor de todos, partindo para a galhofa e a sátira (“Monty Python em busca do Cálice Sagrado”). Desta vez, a lenda de Arthur ganhou um visual ainda mais moderno e “urbano” nas mãos de Guy Ritchie, diretor de “Rei Arthur – A Lenda da Espada”, que estreia nesta quinta-feira.

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Cineasta que chamou atenção nos últimos anos com sua versão moderna de “Sherlock Holmes”, estrelada por Robert Downey Jr., o também diretor de “Jogos, trapaças e dois canos fumegantes” foi o escolhido pela Warner Bros. para fazer atualizar o mito do guerreiro bretão que teria sido um dos pais do Reino Unido, já com pretensões de produzir uma trilogia com o personagem. Por isso, nomes conhecidos dentro da lenda, como o mago Merlin ou Lancelot, pouco aparecem ou sequer são citados no longa, que abusa dos efeitos especiais para criar um clima “Senhor dos Anéis”, com direito a presença de animais gigantescos em grandiosas batalhas, e que também mantém o clima dos filmes de gângsters que tanto fizeram a fama do diretor inglês. Por isso, não espere lá tanta “fidelidade” às lendas arturianas.

A história de “Rei Arthur” parte de uma guerra travada entre os humanos e uma legião de magos, vencida pelo Rei Uther Pendragon (Eric Bana), pai de Arthur, então detentor da poderosa Excalibur. Este porém, é traído pelo seu ambicioso irmão, Vortigern (Jude Law, o Watson de “Sherlock Holmes”), que se une a um druida do mal para matar o rei e tomar o poder para si. Sem escolha, Uther arruma um jeito para que seu filho escape das mãos do tirano.

O tempo passa, e Arthur (Charlie Hunnam, de “Sons of anarchy” e o Robocop do filme de José Padilha), criado por prostitutas, é mais um bandido das ruas de Londinium, agindo como um verdadeiro gângster das ruas londrinas dos dias atuais. Tudo muda, porém, quando ele saca a Excalibur da pedra onde estava presa há anos e é colocado na incômoda posição (para ele, pelo menos) de salvador do povo inglês e o predestinado a tirar do poder o cruel Vortigern, além de se tornar o novo rei.

A jornada, porém, não será fácil, e é isso que Guy Ritchie vai mostrar entre frenéticas cenas de ação, batalhas monumentais e aquele palavreado maloqueiro que qualquer moleque criado nas ruas vai reconhecer na hora.

 

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