Gerson Guedes é premiado em concurso artístico da USP

Artista plástico juiz-forano é um dos vencedores do Prêmio Arte e Literatura no eixo Artes Visuais – Pintura


Por Júlio Black

16/12/2021 às 14h48

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Gerson Guedes apresentou três de suas obras mais recentes para o Prêmio Arte e Literatura da USP, e teve o quadro “Lyra de Ibitipoca” selecionado entre os vencedores (Fotos: Divulgação)

O artista plástico juiz-forano Gerson Guedes venceu o Prêmio Arte e Literatura, promovido pela USP (Universidade de São Paulo), dentro do programa USP60 (destinado a pessoas com mais de 60 anos de idade), no eixo Artes Visuais – Pintura +. Ele foi premiado pela obra “Lyra de Ibitipoca”, uma das três que inscreveu no concurso. A cerimônia de premiação deve acontecer no fim de fevereiro de 2022, quando se encerra a exposição virtual com as obras selecionadas.
De acordo com Gerson, ele recebeu esta semana um e-mail da organização do Prêmio comunicando que sua obra era uma das laureadas. No total, o Prêmio Arte e Literatura contou com mais de 700 trabalhos inscritos, com a participação de 240 artistas de 16 estados brasileiros. Gerson Guedes participou com três pinturas de uma série que criou este ano, a partir de uma caminhada que fez entre Juiz de Fora e o distrito de Conceição de Ibitipoca, em Lima Duarte, onde vive atualmente e também onde mantém, desde 2019, a Galeria Estação de Ibitipoca. Os trabalhos apresentados representam – além da obra premiada – o Centro Cultural Bernardo Mascarenhas e a localidade de Mogol.

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Centro Cultural Bernardo Mascarenhas

Gerson não esconde a felicidade em ter uma carreira de décadas ganhando mais um reconhecimento por meio da premiação. “Passar pelo crivo da USP não é qualquer boteco (risos), ainda mais em um concurso com artistas de todo o país. Ficar entre os finalistas é um reconhecimento muito grande”, afirma, destacando ainda a visibilidade que Ibitipoca também ganhou. “Muita gente de São Paulo ficou curiosa para ter mais informações sobre a Matriz (retratada no quadro).”
Para o artista plástico, a premiação provocou duas sensações distintas. “A primeira é de nunca perder a coragem de colocar seu trabalho exposto à crítica, pois é muito bom ter esse retorno que nos faz ter força para continuar caminhando e não abandonar o que sempre norteou seu traço, seus temas, sua técnica, suas raízes, o lugar onde vive”, analisa.
“A segunda é a de que tudo aquilo que eu incorporei no meu trabalho como a seiva que puxei para a minha raiz de criatividade realmente se tornou a fonte com que construí meu espírito e intelectualidade”, prossegue. “Minha pintura é uma colcha de retalhos que conta a história de Minas e de Juiz de Fora, minhas raízes, e quer dialogar com as pessoas. Tudo isso se torna a seiva do meu caule que a raiz pegou, e a copa é o que consigo produzir e devolver para a atmosfera.”
Além de celebrar a premiação, Gerson Guedes prossegue com as atividades de sua galeria em Ibitipoca, que deve receber em 2022 uma nova exposição do artista, dedicada à Avenida Barão do Rio Branco, um dos marcos de sua Juiz de Fora natal. “A arte ajuda a adiar a velhice (risos), e com a galeria posso conversar com pessoas de outros estados, gente mais nova. Esse projeto, que iniciei após me aposentar da Pró-Reitoria de Cultura da UFJF, tem sido muito importante. Como dá para ver, meu rumo é o contrário do Rio Paraibuna; é cada vez mais o interior de Minas, ao invés de descer para o litoral.”

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