Permaneço Deitada participa de festival mexicano

A banda/dupla Permaneço Deitada, de Juiz de Fora, vai levar seu darkwave e post punk para toda a América Latina e além – pelo menos, virtualmente. O grupo, formado por Bira L. Silva e Yugh Synth, é um dos nomes convidados para o Festival Alianza, organizado no México e que terá bandas de vários países das Américas. O festival teve início no último dia 7 e prossegue até a próxima sexta-feira (20).

A apresentação da Permaneço Deitada, previamente gravada como todas as de todos os outros artistas, será exibida neste domingo (15), às 17h, no canal do Festival Alianza no YouTube. Também estão programadas para hoje, a partir das 14h, as apresentações das bandas colombianas Canapiare e Luna Llena Salsa Band; das argentinas Vejas Costumbres e Gozh; e das chilenas Antonima e Timbuka.

Segundo Bira L. Silva, o show terá a apresentação na íntegra do álbum de estreia, “Assim falava o Homem Coelho”, e mais duas músicas que fazem parte do futuro trabalho, “Dedicado aos caracóis”: “Por todo o jardim”, já conhecida de apresentações anteriores, e a inédita “Império do Cinza”.

“O convite foi uma grande surpresa e veio logo após nossa apresentação em um festival do Mato Grosso, chamado Alternative Live Festival. Os amigos da banda The Secret Shelsons Band, de São Paulo, nos indicaram para a organização do Alianza, e imediatamente o organizador, Oscar, entrou em contato com a gente. Ficamos muito contentes, claro”, conta o vocalista.

“Nunca fizemos nenhuma apresentação em nível internacional. Esse é um dos pontos positivos das apresentações em formato live, pois as possibilidades e o alcance são muito maiores, em todos os sentidos”, prossegue. “Para uma banda que sobrevive de forma independente em uma cidade isolada, distante das grandes capitais, isso é como algo que emerge do ‘auge das impossibilidades’, e nós vemos como uma raríssima oportunidade de mostrar nosso trabalho para um público diferente daquele que já vem nos acompanhando.”

Se é uma possibilidade de levar o som da dupla para um público maior, Bira L. Silva ressalta que a adaptação ao novo formato em tempos de pandemia foi difícil, por causa da falta da interação presencial com a plateia. Mas, ao mesmo tempo, os festivais on-line são vistos como uma grande salvação para a música em um momento tão complicado. “Os festivais garantem que os artistas não parem suas produções, que tenham onde se apresentar, e assim não sejam esquecidos. Esta live no México será nossa última apresentação do ano, após isso vamos nos concentrar na gravação do nosso álbum novo”, antecipa.

Éramos três

Sobre o futuro, aliás, “Dedicado aos caracóis” deve estar nas plataformas de streaming nos primeiros meses de 2021. “Acho que nunca estive envolvido em um trabalho tão profundo. O Yugh está em um momento de grande experiência e inspiração musical, sobretudo em criações de arranjos, e a poesia do disco, bem como a concepção artística, é sem dúvida a mais intensa que já consegui expressar. A capa foi criada por um artista de São Paulo, chamado Rodrigo de Araújo, e o álbum também conta com uma participação especial do Coral Let’s Rock, da nossa amiga Daniele Espíndola. Enfim, estamos muito animados com esse novo registro que vem vindo por aí”, afirma.

O segundo álbum da Permaneço Deitada será, ainda, o primeiro trabalho sem a baixista Letícia Torga. “A Letícia nos pediu certa vez para que procurássemos um substituto para ela. O motivo foi cansaço e uma baixa sintonia com as propostas da banda. Isso foi antes da decisão final de sair. Nós lamentamos muito, pois ela era parte da identidade da banda. A partir daí eu e o Yugh pensamos muito sobre o assunto e concluímos que nos tornar um duo ao invés de procurar um novo baixista era a melhor opção”, afirma.

De acordo com ele, a sonoridade não mudou muito. “O Yugh assumiu o baixo, alterando um pouco alguns arranjos, e eu fiquei com parte das teclas que ele executava ao vivo, o restante são programações. Não vejo a Permaneço Deitada como uma ‘banda’, nossas apresentações estão mais para uma ‘performance poético-musical’ do que para um concerto tradicional. Está legal trabalhar como duo.”