Projeto/banda Fugere divulga 1º EP, influenciado por folk, rock, indie

Álbum está disponível nas plataformas digitais; grupo planeja lançamento de videoclipe


Por Júlio Black

15/09/2020 às 07h00

Palavra originária do morto-vivo latim, “Fugere” é traduzida para o português como “fuga”; e é o nome ideal para a mais nova banda – na verdade, um “projeto colaborativo musical” – da cidade, que lançou no início do mês o EP homônimo, já disponível nas plataformas digitais para a degustação auditiva de quem curte uma sonoridade que joga no liquidificador o rock e a folk music dos anos 60, indie das décadas de 80 e 90 e música brasileira dos anos 70.

O primeiro EP do grupo – formado por Fred Arruda (vocais, guitarra e violão), que também integra a Baco Doente, e João Gumury (arranjo de cordas) – foi gravado no começo do ano na ponte rodoviária Juiz de Fora-Areal (RJ), com produção de André Medeiros e participação de Max Souza na bateria. Para este mês, ainda estão nos planos o lançamento de um videoclipe produzido pela Inhamis, mas a música escolhida é uma segredo que preferem guardar. Há planos, ainda, de lançar uma demo em formato de single (com lado A e lado B) em outubro ou novembro, e lançar um álbum mais para frente.

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Fred Arruda é o idealizador da concepção artística do projeto/banda Fugere, que deve lançar videoclipe ainda este mês (Foto: Luiza Belém /Divulgação)

 

Da poesia para a música

O trabalho é um passo adiante em relação ao início da carreira musical de Fred e João lá pelas bandas da cidade do interior fluminense, quando eles formaram um grupo que – nas palavras do vocalista – “não era bem uma banda, pelo menos não no sentido clássico da palavra.”

“Fazíamos apresentações muito esporádicas em Areal e Petrópolis sob o nome de Capitu, projeto cultural apegado às tradições e formatos de canção popular brasileira, antes mesmo da minha introdução ao mundo da composição, com Pedro Almeida, João Gumury, Nathália Guimarães e músicos convidados. A minha entrada foi em um sarau em que a Capitu tocou algumas músicas e eu recitei poemas próprios”, relembra Fred.

Depois dessa apresentação, ele entrou para o projeto como letrista, apesar de destacar que sequer sabia como segurar um violão. Foram quatro anos de encontros em um sítio e em um deck com vista para a represa de Areal em que Pedro e João criaram composições a partir dos versos do novo letrista. “Essas músicas ainda existem, e quem sabe um dia a gente lança algumas”, sonha.

“Tentamos gravar ‘Esquinas de concreto’, letra minha musicada pelo Pedro, porém na época já estava fritando em outras ideias e acabou cada um indo para um lado. Comecei a fazer aulas de violão com o João, que é professor em Areal, aprendi tocar uma música do Vaselines e uma do David Bowie, e criei dentro de uma semana de aula a primeira música em que fiz melodia, harmonia e letra, ‘Pain’, que está no disco da Baco Doente.”

Parceiro de longa data de Fred, João Gumury é o responsável pelos arranjos de cordas do EP (Foto: Pedro Almeida/Divulgação)

 

Parceria

Fred Arruda e João Gumury criaram então uma parceria que seguiu com a proposta de criar arranjos para as músicas do mais novo compositor, porém sem gravar nada, e em 2019 veio a decisão de ir para o estúdio sob o nome Fugere, do qual Fred é o “diretor” e João o “co-diretor”, com Max Souza sendo o colaborador convidado.

“É um projeto colaborativo entre um compositor, um arranjador e um baterista de jazz. O processo foi bem democrático em todos os aspectos, mas fiquei por trás da concepção e estética, enquanto João, Max e o André Medeiros desempenharam suas respectivas funções de forma magistral e deram também opiniões e seus toques próprios para o desenvolvimento do álbum. O EP ‘Fugere’ somos todos nós”, elogia, explicando ainda por que se revezou entre o português e o inglês na hora de escrever a letras.

“São as línguas que tenho certo domínio. Eu gosto de escrever em inglês e em português, e nunca sei o que quero até pegar no instrumento e começar a fazer uns acordes, daí a letra sai. Normalmente é assim. Tenho começado a engatinhar nas letras em francês também.”

 

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Videoclipe e single em breve

Quanto às influências musicais, Fred detalha os nomes dos gêneros e subgêneros citados no início da matéria, e que incluem nomes tão diferentes como Arthur Verocai, Nick Drake, Yo La Tengo, Neutral Milk Hotel, Velvet Underground, Elliott Smith, Van Morrison, The Band, Vaselines, The Gilbertos, Mutantes, Walter Franco, Syd Barrett e Miles Davis. “É um grande liquidificador”, reconhece o músico, que segue no curso de artes da UFJF e também tem influência vinda da própria família.

“Eu escrevo desde criança. Minha mãe (Helena Arruda) é escritora, assim como outras pessoas de gerações anteriores da minha família. A arte está conectada aí. O Fugere não é só música aplicada, tem toda uma estética envolvida. Estar em um curso de artes ajuda. A capa, por exemplo, encomendei a Helena Frade, que é formada na minha faculdade.”

FOTO LUIZA BELÉM/DIVULGAÇÃO
Fred Arruda é o idealizador da concepção artística do projeto/banda Fugere, que deve lançar videoclipe ainda este mês

FOTO PEDRO ALMEIDA/DIVULGAÇÃO
Parceiro de longa data de Fred, João Gumury é o responsável pelos arranjos de cordas do EP

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