Lives e curso on-line para músicos com Tiago Guimarães

Nem tudo que deveria estar com as portas fechadas suspendeu suas atividades, mas entre os serviços que precisaram suspender suas atividades presencias devido ao novo coronavírus estão as escolas e conservatórios de música. Verdade é que, assim como as instituições de ensino em geral, é possível manter o aprendizado dos músicos em geral.

Com essa ideia na cabeça, o saxofonista e pianista Tiago Guimarães inicia na próxima quinta-feira (21) o curso on-line “O desafio dos 7 pilares”, cujas inscrições encerram-se neste domingo (17) e podem ser feitas por meio do link.

Tiago leciona em escolas de música livre e conservatórios. Preocupado com a inatividade no período, pensou em ajudar seus alunos durante esse período, ainda indefinido, de isolamento. “Iniciei com um e-book gratuito, o ‘Plano de evolução do músico contemporâneo’, que tem a finalidade de organizar os estudos musicais. A princípio era somente para meus alunos baixarem, mas, em apenas dois dias, foram centenas de downloads”, comemora.

“Percebi uma carência de orientação nesta área de organizar os estudos musicais, e hoje em dia a tecnologia nos possibilitou um mar de informações de alta qualidade na internet. Pesquisei se existia algum curso formatado que possibilitasse ao músico a aprender e a se organizar na hora de estudar na base dos sete pilares essenciais citados no e-book. Como não existia, então iniciei a produção deste curso on-line.”

O curso vai durar exatos 21 dias corridos com desafios diários. Para facilitar, as aulas serão gravadas, e o aluno poderá fazer a qualquer momento do seu dia. “É dividido em quatro módulos, em que trabalhamos inicialmente a relação interna do músico com a música, a apresentação mais apurada dos sete pilares, a aplicação prática da semana de estudos organizada e a personalização de um plano próprio de estudos de acordo com a realidade do músico.”

Tiago Guimarães destaca que o curso é aplicável para músicos de qualquer instrumento e nível. “Iniciantes, intermediários e avançados podem fazer. Visto que sou saxofonista, os exemplos serão dados ao som do saxofone, mas o conceito dos estudos dos pilares é transponível para todos instrumentos.”

Lives e bate-papo

Além do curso, Tiago Guimarães tem aproveitado sua página no Instagram (@tiagoguimasax) para publicar uma série de lives com músicos convidados, que teve início em 6 de abril. A princípio, seria apenas uma por semana, com cada convidado falando a respeito de um dos já citados sete pilares, mas Tiago aponta que a repercussão foi maior que a esperada, e as lives passaram a ser mais de uma por semana.

“O movimento foi crescendo de uma tal forma que, agora, o projeto de convidados não terá fim, já que todos se identificaram com a metodologia e apoiaram, dando maior credibilidade em nossa jornada”, anima-se. “Iniciamos falando dos sete Pilares, mas o assunto sempre se aprofunda em algum ponto específico inesperado, que vai desde relações neurais com a música até a espiritualidade. O que percebi, falando com estes grandes artistas, é que muitos momentos da live são únicos, com conversas e temáticas que não se encontram livros. Não precisam nem pegar o instrumento para tocar, o próprio papo já é uma sinfonia!”

Entre os músicos que já participarem das lives estão Nivaldo Ornelas, Mauro Senise, Raul Mascarenhas, Eduardo Neves, Marcelo Fofão, Josué Lopes, Ademir Júnior, Cleber Alves, Ivan Egídio, Marcelo Coelho, Marcelo Martins, Danilo Sinna, Daniela Spilmann, Zé Canuto, David Ganc, Ângelo Torres, Afonso Cláudio, Widor Santiago e Teco Cardoso. Para as próximas lives, já estão agendados, segundo Tiago, os nomes de Idriss Boudrioua, Maestro Spok e Milton Guedes.

Por fim, com as apresentações ao vivo e presenciais suspensas, Tiago Guimarães sugere sete álbuns que o público em geral pode apreciar nesses dias de distanciamento social: “2005”, do Pau Brasil; “Ouro Negro”, de Moacir Santos; “Qvinteto”, de Teco Cardoso e Léa Freire; “Amendoim torrado”, do Cama de Gato; “MPBC”, de Nivaldo Ornelas; “Coltrane for lovers”, de John Coltrane; e “Reverence”, de Richard Bona.