Funalfa lança (com atraso) calendário 2019
Tema deste ano é o centenário do Paço Municipal, comemorado em 2018
Antes tarde do que nunca. A Funalfa começou a vender na última quinta-feira (14), com mais de um mês de atraso, o seu Calendário de 2019. Desta vez, ele tem como tema o centenário do Paço Municipal, que foi sede do Executivo entre 1918 e 1997 e atualmente abriga o Espaço Cidadão e toda a parte administrativa da Funalfa. A peça está a venda por R$ 10 e pode ser adquirida no local (esquina da Avenida Barão do Rio Branco com a Rua Halfeld) de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h.
Inaugurado em 1918, o Paço Municipal – também conhecido como Repartições Municipaes – foi construído a partir de projeto do arquiteto Rafael Arcuri, sócio da Companhia Pantaleone Arcuri & Spinelli, durante a administração do então Agente Executivo – cargo equivalente, hoje, ao de prefeito – José Procópio Teixeira. O prédio foi tombado pelo município em 1983.
O Calendário 2019 da Funalfa é composto por fotografias dos artistas Karolina Vargas, Polyana Matozinhos e Amaro Baptista, do Magenta Studio, que retrataram os bailarinos do Grupo NUN nas dependências do Paço Municipal. O trabalho ainda reproduz em seus 12 meses o poema “Mapa”, do juiz-forano Murilo Mendes, e ilustrações da arquiteta Amanda Pereira, integrante da Divisão de Patrimônio Cultural da Funalfa. O projeto gráfico tem assinatura do designer Bruno Junqueira, e todo o projeto do calendário ficou sob a coordenação de Tamires Fortuna e Fernanda Lauro, da Funalfa.
O superintendente da Funalfa, Zezinho Mancini, justifica o (considerável) atraso no lançamento do calendário a diversos fatores, entre eles os problemas financeiros enfrentados pela Prefeitura no ano passado e a realização, em cima da hora, do Corredor Cultural, anteriormente programado para maio mas que aconteceu apenas no último mês de 2018. “Várias questões acabaram tomando nosso tempo, foi uma pena não ter saído no final do ano. Mas assim que entramos em 2019 tocamos com a maior velocidade.”
As fotos foram realizadas entre o final de novembro e início de dezembro, de acordo com Zezinho. A ideia de celebrar o centenário do Paço Municipal no calendário foi uma das homenagens pensadas durante reuniões com integrantes da Funalfa. “Era uma data que não podia passar batida, sem homenagens, e pensamos desde o meio do ano passado em várias soluções, como exposição, a visita guiada e o calendário, que fecha tudo isso”, pontua.
Foram pensadas várias ideias, entre elas convidar 12 artistas para retratarem o espaço, mas a que prevaleceu foi fazer as fotografias. Zezinho lembra que em uma dessas reuniões foi lembrada uma conta do Instagram que retrata bailarinos em ambientes urbanos. “Decidimos fazer esse convite a um grupo de dança da cidade, unindo assim a arquitetura belíssima do Paço Municipal com os movimentos plásticos da dança, entrando em sintonia ou contraponto com a arquitetura”, explica.
Para fazer um contraponto ao espaço centenário, foi convidado o Grupo NUN. “É uma companhia que tem menos de um ano de vida, seria um contraponto poético ter um prédio centenário, de arquitetura clássica, com uma companhia contemporânea, recém-nascida, ocupando seus espaços. Por fim, convidado o pessoal do Magenta Studio, que faz produções elaboradas para fotos de formatura, e que entregou um material que destaca tanto os corpos quanto a arquitetura. Não são fotos apenas de uma companhia de dança utilizando um espaço, e nem de uma arquitetura estática”, elogia, acrescentando que o poema foi cedido pelos herdeiros de Murilo Mendes.
“Tudo isso amarra um conceito poético, que é a questão da passagem do tempo por meio do calendário.”