O samba infernal do simbologista doido


Por Tribuna

14/10/2016 às 07h00- Atualizada 14/10/2016 às 08h08

Sem memória e no meio de mais uma conspiração, Robert Langdon (Tom Hanks) terá que salvar o mundo ao lado de Felicity Jones

Sem memória e no meio de mais uma conspiração, Robert Langdon (Tom Hanks) terá que salvar o mundo ao lado de Felicity Jones

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Se existe algo que o ser humano goste é de uma boa teoria da conspiração, seja ela escancaradamente ficcional ou não. Afinal, qualquer coisa que explique de forma espetaculosa o caos em que vivemos, que ofereça uma dimensão maior a desastres, mortes, trocas de poder etc., sempre atiça a imaginação coletiva. Não à toa que o escritor americano Dan Brown já vendeu mais de 200 milhões de exemplares de seus livros protagonizados pelo professor de simbologia Robert Langdon, em que grandes conspirações ocultas, com séculos de existência, fornecem munição para produtos derivados, que tentam provar a existência dos Illuminati, descendentes de Cristo e outras ideias delirantes contidas em livros como “O Código Da Vinci” e “Anjos e demônios”, que já ganharam adaptação cinematográfica. É o caso, agora, de “Inferno”, que chegou aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira com a promessa de levar milhões aos cinemas.

Mais uma vez, Dan Brown teve como gancho um suposto mistério de séculos atrás para criar sua história, adaptada para os cinemas com o roteiro de David Koepp e direção de Ron Howard, responsável pelos dois longas anteriores. Antes de falar da produção atual, é preciso recapitular o que aconteceu até aqui: no primeiro longa, “O Código Da Vinci”, Robert Langdon (Tom Hanks) precisa descobrir quem assassinou um dos curadores do Museu do Louvre, e termina envolvido em uma conspiração que envolve a descendência de Jesus Cristo e Maria Madalena, o Priorado do Sião, o Santo Graal e a poderosa organização conservadora Opus Dei, numa trama intrincada – e algo confusa – que pode destruir a credibilidade da Igreja Católica. No meio de toda essa correria por toda a Europa, pistas deixadas por nomes como Leonardo Da Vinci e Isaac Newton. Já no segundo, “Anjos e demônios”, a trama gira em torno dos Illuminati e do sequestro dos quatro principais candidatos à sucessão papal, que participavam do conclave para a eleição do sucessor de Pio XVI. O sequestrador promete matar os religiosos e destruir o Vaticano com a antimatéria roubada de um laboratório na Suíça.

Reviravoltas inverossímeis

Já o terceiro longa começa com Robert Langdon internado em um hospital na cidade de Florença, sem memória do que o levou a estar ali. Logo o local é invadido por uma assassina profissional, e Robert é salvo por uma das médicas da instalação. A partir daí, o professor de Harvard perceberá, mesmo com a amnésia, que está envolvido em uma intrincada ameaça arquitetada por um geneticista bilionário que acredita que a Terra sofre com a superpopulação de seres humanos, o que o leva a criar um vírus que seria capaz de matar bilhões de pessoas.

Como não pode faltar nas aventuras do personagem, uma personalidade famosa de séculos passados teria deixado pistas a respeito do fim do mundo. O escolhido da vez é o poeta e escritor italiano Dante Alighieri e sua “Divina Comédia”, em especial a parte a respeito dos dez círculos do Inferno no mapa ilustrado por Sandro Botticelli. Entram na equação absurda de Brown objetos ocultos em bolsos secretos que nem o próprio portador sabia existir, passagens por pontos turísticos e históricos de Florença, Veneza e Istambul (Turquia), envolvimento de organizações internacionais, mercenários e revelações tão inverossímeis, mas tão inverossímeis, que é preciso ter muita suspensão da descrença para levar a história a sério – a não ser para quem acredita que a toda teoria da conspiração é mais verdadeira que a realidade.

INFERNO

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UCI 1 (dub): 15h30, 20h25 (todos os dias) e 23h (sexta-feira e sábado). UCI 3: 13h25, 16h, 18h35, 21h10 (todos os dias) e 23h45 (sexta-feira e sábado). Cinemais Alameda 2 (dub): 14h20 e 19h20. Cinemais Alameda 2: 16h50 e 21h50. Cinemais Jardim Norte 4 (dub): 14h20 e 19h20. Cinemais Jardim Norte 4: 16h50 e 21h50. Palace 1 (dub): 14h, 16h30 e 19h (exceto segunda-feira). Palace 1: 21h20 (exceto segunda-feira). Santa Cruz 1 (dub): 16h, 18h30 e 21h

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