Luizinho Lopes fala sobre o novo álbum ao vivo ‘Dossiê 40’

Demorou um pouco, mas chegou. O cantor e compositor Luizinho Lopes lançou, na última terça-feira (12), em todas as plataformas digitais, o álbum ao vivo “Dossiê 40”, em que celebra quatro décadas dedicadas à música. O disco é o registro do show realizado em dezembro de 2018 na Sociedade Filarmônica de Juiz de Fora, com um resumo da carreira do artista e mais três canções inéditas. Além das audições por streaming, o artista já liberou em seu canal do YouTube o registro audiovisual de “Dossiê”. Durante as próximas seis semanas, serão liberadas as outras 18 músicas do show no canal, sendo três por semana.

Quando perguntado sobre o motivo do álbum ser lançado somente agora, quando os 40 já viraram 42 anos de carreira, Luizinho explica o motivo: muito trabalho. “O disco só está chegando agora porque no meio do caminho surgiram dois projetos importantes, o álbum ‘Pé de letras’ e o show ‘Mote’, realizados ano passado. Cada qual, em seu tempo, exigiram dedicações exclusivas.”

Explicações dadas, voltemos ao novo projeto. Para o show comemorativo, Luizinho Lopes esteve acompanhado por uma banda formada por Bré Rosário (percussão), Ricardo Itaborahy (voz e piano), Daniel Drummond (guitarra), Dudu Lima (baixo), Leandro Scio (bateria), além das participações especiais do pianista Eusebio Monfardini e das cantoras Andréa Monfardini e Elisa Bara Zaghetto. A direção musical é de Ricardo Itaborahy.

O repertório conta, em sua grande maioria, com letras e melodias do próprio Luizinho, tiradas dos seis álbuns lançados até então; as exceções são as parcerias “A sola do palato”, com o maestro paulistano Roberto Lazzarini e o poeta Iacyr Anderson Freitas; “No retrato”, mais uma em parceria com Iacyr; e “Em mim”, com letra do romancista Luiz Ruffato. Não faltou trabalho, então, para selecionar o material que entraria no álbum comemorativo.

“Foi bem difícil (escolher o repertório). Fiz a seleção juntamente com o Ricardo Itaborahy, e, a princípio, seria um show com 15 músicas. Selecionamos, na primeira peneirada, cerca de 50 canções. Numa segunda seleção restaram 25, e, por último, tivemos que deixar as 19 do álbum”, relembra. “O critério foi muito objetivo. Músicas que eu amo ficaram de fora. Demos preferência a uma mistura de música no tempo (história de vida) e as que mais agradam ao público.”

Dentro desse critério, houve espaço para seis músicas inéditas ou que o próprio Luizinho Lopes ainda não havia gravado, mas que receberam versões de outros artistas: “Charada”, “Via a luz”, “A dança das palavras” (já gravada pelo lúdica Música!), “Que loucura”, “Vice-versa” e “Coração kamikaze”. “São músicas bem significativas para mim. Sempre senti que iria gravá-las em algum momento, uma retrospectiva. Receava que estavam muito afastadas de minhas composições atuais. Nada disso. Elas soaram bem atuais também, para minha surpresa e felicidade!”, comemora o músico, apontando que algumas canções foram repaginadas para o projeto ao vivo. “Havia a necessidade de trazer elementos novos nas releituras e pela composição da banda atual”, justifica.

Tendo iniciado sua vida musical no distante ano de 1978, a carreira de Luizinho Lopes já passou por várias fases e amadureceu nesse período, assim como ele não é mais o mesmo jovem dos anos 70, o que pode ser ouvido em “Dossiê 40”. “Se eu tivesse condições de separar cada fase de vida/carreira, eu teria como produto final uma espécie de fotografia multifacetada. Cada fase de vida praticamente originou um momento bem delineado na minha música, em minha poesia”, diz o cantor e compositor, que não tem dúvidas sobre o que responder quando indagado a fazer um balanço da carreira. “Creio que isso dá para responder em uma só frase: ‘Sem a música não sei o que teria acontecido comigo…'”