Will Smith estrela ‘Projeto Gemini’, que estreia quinta
No filme de Ang Lee, astro interpreta dois personagens: um assassino profissional e seu clone mais jovem
“Projeto Gemini”, longa que estreia nesta quinta-feira (10) no Brasil, é um projeto que cricula por Hollywood desde 1997, tendo passado por revisões de roteiro, entrada e saída de diretores (Tony Scott, Curtis Hanson) e atores (Harrison Ford, Mel Gibson) até a Skydance e Paramount assumirem o projeto, que teve roteiro final assinado pelo trio David Benioff, Billy Ray e Darren Lemke. Para a direção, quem fechou contrato foi Ang Lee (“O tigre e o dragão”, “As aventuras de Pi”, “Brokeback Mountain”), enquanto Will Smith topou ficar com o papel de protagonista. Um dos motivos para que o longa demorasse mais de duas décadas para se tornar realidade está na tecnologia, devido à história que se queria contar em quase duas horas de exibição, que envolvia clonagem e – por conta disso – ter o ator principal interpretando dois papéis: sua versão atual e outra, mais jovem.
Explicando. Will Smith interpreta Henry Brogan, um assassino profissional do governo americano conhecido por cumprir suas tarefas sem fazer muitas perguntas – e com eficiência raramente vista. Porém, ao participar de uma missão que deu certo, mas não muito, ele decide aposentar-se; mais tarde, ele descobre a terrível verdade: que algumas de suas vítimas eram inocentes e resolve tirar satisfações com seus anitgos superiores.
Por causa disso, o governo decide eliminar Henry, e com o fracasso dos assassinos enviados, decide-se radicalizar, e é aí que entra o Projeto Gemini do título. O ex-assassino é perseguido por um antagonista que não é apenas mais rápido, feroz, jovem e capaz de antecipar seus movimentos: é um clone mais jovem dele, fruto de um programa capaz de criar cópias exatas e que não sentem dor ou têm emoções. Aí, será hora de Henry Brogan contar umas verdades para seu outro “eu” e, junto com antigos aliados, tentar desvendar todo o mistério e a farsa montada pelo governo.
Will Smith²
Para realizar o filme, Ang Lee não queria apenas fazer o tradicional rejuvenescimento ou retoque digital que se tornou a regra em Hollywood. A tecnologia permite, por exemplo, as versões mais jovens de Michael Douglas em “Vingadores: Ultimato”, rejuvenescer os adolescentes de “It: Capítulo 2” e o infame Superman sem bigode de “Liga da Justiça”. Para a produção, o cineasta chinês utilizou a mesma técnica que criou o Thanos interpretado por Josh Brolin nos mais recentes filmes dos Vingadores, com Will Smith interpretando seu personagem adulto e a versão mais jovem, que não era apenas rejuvenescida: o que se fez foi criar um novo Will Smith por CGI da cabeça aos pés, a partir da inrterpretação do ator.
Além dessa aposta em um personagem humano totalmente criado por computação gráfica, Ang Lee utilizou em “Projeto Gemini” o formato 3D+, em que as cenas são gravadas em 120fps (frames por segundo), com o filme sendo exibido em 60fps nas telas de cinema. A ideia é permitir ao público uma maior imersão na tridimensionalidade cinematográfica, fugindo da exaustão do formato, em que muitos longas são apenas convertidos para o 3D tradicional. Dessa forma, quem for ao cinema poderá observar uma gama de detalhes e nitidez raramente vista, a fim de provocar o mesmo impacto do pioneiro “Avatar” de James Cameron.
O problema, porém, é que “Projeto Gemini” parece ter muita forma e pouco conteúdo. O longa tem sido criticado por dar mais atenção à parte técnica e esquecer de contar uma boa história, apesar do roteiro escrito a seis mãos. Dentre as críticas está o fato de que o longa não sabe se é um drama, ficção científica ou a boa e velha pancadaria de ação. Apesar de não ser a melhor fonte de avaliação, o site agregador de críticas Rotten Tomatoes apontava esta semana apenas 29% de aprovação para o filme, que corre o risco de ser uma boa ideia que naufragou ao exceso de ideias “geniais” dos produtores hollywoodianos.