‘Amor, sublime amor’ segundo Spielberg

Adaptação de espetáculo da Broadway chega aos cinemas 60 anos depois da versão vencedora de dez Oscars


Por Júlio Black

09/12/2021 às 12h38

Tony (Ansel Elgort) e Maria (Rachel Zegler) são os protagonistas de “Amor, sublime amor”, clássico musical da Broadway que volta aos cinemas (Foto: Diuvulgação)

Steven Spielberg é um dos maiores cineastas de todos os tempos por dois motivos: pela genialidade de seus filmes e a capacidade de transitar pelos mais diversos gêneros cinematográficos. Basta lembrar que ele tem no currículo produções como “Tubarão”, “Contatos imediatos do terceiro grau”, “Indiana Jones e os caçadores da Arca Perdida”, “E.T. – O Extraterrestre”, “A cor púrpura”, “Império do Sol”, “Jurassic Park”, “A lista de Schindler”, “Amistad”, “O resgate do soldado Ryan”, “Munique”, “Lincoln”, “Ponte dos espiões”, “Jogador Número Um”.

Apesar da longa e laureada carreira, falta a Spielberg um musical – ou melhor, faltava: nesta quinta-feira, chega aos cinemas “Amor, sublime amor”, primeira aventura do cineasta no gênero. E uma estreia muito aguardada, pois ele resolveu assumir o desafio de fazer a adaptação de um dos mais célebres musicais da Broadway, que estreou em 1957 e teve como mentes criativas nomes como Arthur Laurents, Leonard Bernstein, Stephen Sondheim (que morreu recentemente, em 26 de novembro) e Jerome Robbins. Se levar ao cinema a versão de uma história criada por esse escrete já seria uma difícil missão, ela é ainda mais complicada porque terá a sombra da primeira adaptação cinematográfica, lançada há 60 anos com direção de Robert Wise, que faturou nada menos que dez Oscars, incluindo o de melhor filme.

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‘Romeu e Julieta’ entre gangues

A produção – que deveria ter sido lançada em 2020, mas adiada por causa da pandemia -, chega em dezembro de olho na temporada de premiações, principalmente o Oscar. A história de “Amor, sublime amor” (“West Side story”, no original) é mais uma das versões modernas do clássico “Romeu e Julieta”, de William Shakespeare. O ano é 1957, e acompanhamos a briga de duas gangues de jovens para tomar o controle da região do Upper West Side, em Nova York. Uma delas é a Jets, formada apenas por caucasianos, enquanto que a outra é a dos Sharks, de imigrantes porto-riquenhos que tentam a sorte nos Estados Unidos.

As rivalidades aumentam com a chegada de Maria (Rachel Zegler), irmã do líder dos Sharks, Bernardo (David Alvarez), a Nova York, para um casamento arranjado. A jovem, porém, cruza olhares com Tony (Ansel Elgort), um ex-integrante dos Jets e amigo do líder da gangue, Riff (Mike Faist), e os dois têm aquele famoso caso de amor (impossível) à primeira vista.

O longa de Spielberg, assim como o espetáculo da Broadway, mostra os conflitos – emocionais, físicos – provocados pelo amor proibido do casal, que planeja fugir e deixar toda a beligerância juvenil para trás, além de atualizar a discussão sobre o preconceito contra imigrantes que recrudesceu nos últimos anos nos Estados Unidos. É um misto de drama e romance que será embalado – como não poderia ser diferente – por muita música e coreografias.

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