Projeto Mão na Roda celebra um ano com Festival de Choro
Festival de Bolso coloca o choro em evidência, mostrando que Juiz de Fora tem se tornado um pólo do gênero. O evento acontecerá em 20 de maio com programação inteiramente gratuita
Em 17 de maio de 2017, o clarinetista, saxofonista e compositor Caetano Brasil iniciou um projeto a fim de popularizar o choro em Juiz de Fora. As rodas de choro didáticas, conhecidas como Projeto Mão na Roda, acontecem semanalmente, às quartas-feiras, a partir das 18h, no Experimental Container Bar. Musicistas, populares e acadêmicos mergulham nesta experiência rítmica e cultural ao serem provocados por composições, partituras e audições que Caetano e outros membros do projeto, como João Paulo Lanini, Felipe Vargas e Raphael Marcomini, levam ao grupo.
Para celebrar os diversos encontros, e o impacto que estes estudos têm causado nos repertórios e estudos dos instrumentistas e compositores frequentadores das rodas, o projeto Mão na Roda está organizando para o dia 20 de maio o primeiro Festival de Bolso, com um dia de programação voltado ao choro. “No Brasil existem alguns festivais de choro, mas ainda são bastante pontuais. O choro, essencialmente, é uma cultura de resistência”, comenta Caetano, sobre a primeira edição de um festival, que pretende dar continuidade, voltado ao primeiro gênero urbano brasileiro. Este é um festival de iniciativa independente, feito sem orçamento, assim como o Projeto Mão na Roda.
A programação é inteiramente gratuita e começa às 14h na Casa de Cultura da UFJF, direcionada a músicos, músicos não-profissionais e interessados em aprender sobre a cultura. Haverá um workshop de introdução à improvisação na linguagem do choro, oferecido por Caetano Brasil, com vagas limitadas, voltado para instrumentistas com conhecimento em leitura e harmonia em nível básico. As inscrições serão abertas ainda esta semana e serão feitas por meio de formulário on-line que será postado na página do Facebook do Projeto Mão na Roda.
Dando sequência à agenda, todos são convidados para um bate-papo com o pesquisador e percussionista Márcio Gomes sobre a história e a evolução do choro. Após estes momentos de disseminação de conhecimento, os Membros do Clube do Choro – Márcio Gomes, Cazé Santos, Cesar Faria e Wellington Duarte – farão um pocket show em homenagem à Jacob do Bandolim que em 2018 completaria 100 anos, seguido de uma breve apresentação de Caetano junto ao violonista João Paulo Lanini apresentando um repertório de choro contemporâneo e autoral. “A ideia é provocar o encontro de gerações e levantar a bandeira do que eu defendo, de que o choro não é um ponto na história da música, mas uma linha do tempo, vem de mais de 150 anos e continua a ser construído e modificado, e essa transformação só é possível a partir do encontro de gerações”, revela Caetano, acreditando que é possível voltar um olhar da região para Juiz de Fora enquanto um potencial polo do choro, principalmente pelo número de músicos que estão produzindo e pesquisando o gênero. O Festival de Bolso encerra-se no Arteria, onde acontecerá uma roda didática edição de aniversário.
Festival de Bolso
Domingo (20), a partir das 14h, na Casa de Cultura da UFJF (Av. Rio Branco 3.396). Encerramento com roda de choro didática, na Arteria (Rua Chanceler Oswaldo Aranha 535).