Ocupação Lampejo tem início nesta sexta-feira em Juiz de Fora
“Três dias e noites de provocação, subversão e, principalmente, RISCO”, em busca de “diálogo, discurso e inferninho”. Marcada entre bits e pixels na página do evento no Facebook, a Ocupação Lampejo, que acontece de sexta-feira (7) a domingo (9) na Necessaire, deixa clara suas ambições: mostrar a vastidão da produção artístico-cultural de Juiz de Fora e promover o encontro dessa gente que se vale de linguagens tão diferentes e que marcarão presença, seja na música, em exposições, exibições de audiovisual, venda de zines e mais uma série de opções para quem der as caras no espaço cultural localizado no nº 395 da Rua Halfeld.“Três dias e noites de provocação, subversão e, principalmente, RISCO”, em busca de “diálogo, discurso e inferninho”. Marcada entre bits e pixels na página do evento no Facebook, a Ocupação Lampejo, que acontece de sexta-feira (7) a domingo (9) na Necessaire, deixa clara suas ambições: mostrar a vastidão da produção artístico-cultural de Juiz de Fora e promover o encontro dessa gente que se vale de linguagens tão diferentes e que marcarão presença, seja na música, em exposições, exibições de audiovisual, venda de zines e mais uma série de opções para quem der as caras no espaço cultural localizado no nº 395 da Rua Halfeld.
O evento é a terceira ação promovida pela Lampejo, sendo que a primeira aconteceu em 2016, na Galeria Hiato, com a exposição de cadernos de estudo de 19 artistas diferentes. A segunda edição, em 2017, também na Hiato, foi em formato de mercado; e agora, no apagar das luzes do tenebroso 2018, será a vez de apostar na experimentação e com a proposta de novos espaços para o que se chama de “arte”, como explica Ingryd Lamas, que organiza o evento com Amanda Tavares e a força de mais um monte de amigos, como a equipe da Necessaire, do Inhamis, papelote press, Dalton Carvalho, Daniel Rdzr e muitos outros.
“São muitas as nossas propostas (da Ocupação), afirma Ingryd Lamas. “Resistência cultural talvez seja a principal delas. Reforçar o espaço de militância político-social da cultura e da arte e todas as suas manifestações e linguagens. Além de, mais uma vez, preocupar em reforçar os ciclos da produção cultural na cidade, que ferve e segue fervendo. Essa produção é ainda mais intensa à margem do que chamaríamos de um circuito consolidado de arte. Com verba, sem verba, com meios ou sem meios, em Juiz de Fora produz-se cultura. A ocupação consegue, pela primeira vez, suprir a vontade de colocar essas muitas linguagens culturais dentro do mesmo espaço, propondo o encontro de artistas de diferentes gerações.”
Ainda de acordo com Ingryd, o cenário artístico-cultural contemporâneo de Juiz de Fora, marcado por poucos agentes, meios, instituições e financiamentos relativos à área, nem sempre estruturados e/ou especializados como nos grandes centros, tem por efeito o fortalecimento da cena independente da cidade – ou seja: um fator negativo que faz a produção cultural local tornar-se potente. “Isso promove o encontro entre seus personagens’, de atuações e linguagens artísticas diferentes, mas igualmente comprometidos com a consolidação de um circuito e sistema de arte e cultura que acontece com ou sem vontade do mercado”, defende. “Todas as mídias se encontram de alguma forma. Nossa produção é também pautada no afeto, outro valor agregado ao movimento.”
“A Ocupação Lampejo propõe encontros que ajudem a contar os diálogos, cruzamentos e encruzilhadas. Assim a ocupação se faz multimídia, agindo como movimento fortalecedor”, acrescenta Amanda Tavares.
Atrações em linguagens variadas
Com essa ideia na cabeça, a Ocupação Lampejo tem início nesta sexta-feira (7), a partir das 20h, com uma série de atrações. Entre elas está a “exposição-ocupação” que terá artistas com as mais diversas propostas: Júlia Milward, Josimar Freire, João Victor Medeiros, Nickolas Garcia, Amanda Pomar e Lambuja e o projeto Casa Povera. Na mesma noite, às 23h, Gabriel Acaju mostra seu show que mistura dança, música e arte. “Seu estilo andrógino causa mistério. Roupas sem gênero e maquiagem com estética flamboyant. Gabriel é pérola juiz-forana”, elogia Ingryd Lamas, lembrando que ainda haverá uma performance da artista Mariana Procópio.
Ainta tem a peça “Paisagem Sonora de Juiz de Fora”, produzida com a participação de vários artistas durante uma oficina do Festival Primeiro Plano; a Banquinha da Bricolagem, com zines e publicações independentes, além do primeiro impresso da Lampejo; duas mostras audiovisuais, uma dedicada a videoperformance e videoarte, selecionada pela Casa Povera, e outra apresentada pelos participantes do projeto Arte em Trânsito, desenvolvido no Colégio de Aplicação João XXIII com o grupo de teatro Corpo Coletivo.
No sábado (8), as atividades começam às 15h, com a exposição-ocupação Flashday do estúdio Batbox Tatto e apresentação pocket (cerca de 15 minutos) da musicista Elisa Moller, sendo que a entrada é gratuita até as 19h; à meia-noite, uma banda formada por músicos de grupos locais presta tributo ao The Cure, tocando alguns dos clássicos do grupo inglês. Para encerrar, no domingo (9), a Necessaire estará aberta a partir das 14h para quem quiser conferir – e com entrada franca – os trabalhos dos artistas que participam da exposição.