Ruy Guerra para ver e ouvir


Por Júlio Black

06/05/2017 às 07h00

Cineasta Ruy Guerra realiza palestra em Juiz de Fora com entrada franca
Cineasta Ruy Guerra realiza palestra em Juiz de Fora com entrada franca

Um dos mais importantes nomes do cinema nacional, o diretor Ruy Guerra estará em Juiz de Fora no próximo dia 16 para ministrar palestra no IAD (Instituto de Artes e Design) da UFJF. No evento, que terá início às 19h no auditório do IAD e com entrada franca, o cineasta de 85 anos vai falar sobre cinema, dramaturgia e linguagem. Para marcar a passagem de Ruy Guerra pela cidade, o IAD realizará entre segunda e sexta-feira, às 15h, na sala de cinema Germano Alves, a Mostra Ruy Guerra, com a exibição gratuita de alguns de seus longas mais importantes, seguidos por debates com professores da UFJF.

'Estorvo', de 2000, adapta o livro homônimo de Chico Buarque
‘Estorvo’, de 2000, adapta o livro homônimo de Chico Buarque

Nascido em Moçambique em 1931, Ruy Guerra é um dos expoentes do Cinema Novo, movimento cinematográfico que colocou a produção nacional no mapa internacional entre as décadas de 1950 e 1960. Para a mostra, o IAD vai exibir quatro longas produzidos entre as décadas de 1960 e 1970, além de outro realizado já no final da década de 1990.

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'Os cafajestes' foi o primeiro longa de Ruy Guerra no Brasil após estudar na França
‘Os cafajestes’ foi o primeiro longa de Ruy Guerra no Brasil após estudar na França

O filme a ser exibido na segunda-feira é o primeiro dirigido por Ruy Guerra no Brasil. “Os cafajestes”, de 1962, mostra um jovem rico e mimado tentando salvar a família da falência ao chantagear um tio. O longa também ficou marcado por exibir o primeiro nu frontal do cinema brasileiro, protagonizado por Norma Bengell. O filme terá como debatedora a organizadora do evento, a professora de cinema e audiovisual do IAD Alessandra Brum. Na terça, o filme escolhido é “Os fuzis” (1964), considerado por muitos como a grande obra do cineasta e integrante da “trilogia de ouro” do Cinema Novo, ao lado de “Vidas secas”, de Nélson Pereira dos Santos, e “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, de Glauber Rocha. O drama, uma coprodução com a Argentina, mostra um grupo de soldados deslocados para o Nordeste a fim de impedir que moradores saqueiem armazéns devido à fome. O debatedor será o professor Luís Alberto Rocha Melo, também do cinema e audiovisual.

'A queda', de 1977, é considerado uma continuação indireta do clássico 'Os fuzis'
‘A queda’, de 1977, é considerado uma continuação indireta do clássico ‘Os fuzis’

A quarta-feira será marcada pela exibição de “Mueda, memória e massacre”, de 1979, considerado o primeiro longa de ficção produzido em Moçambique. O filme retrata o Massacre de Mueda, ocorrido em 16 de junho de 1960, quando soldados portugueses atiraram contra manifestantes moçambicanos e provocaram centenas de mortes. O convidado para o debate é o professor Sérgio Puccini, também do IAD. Na quinta-feira, será exibido “A queda” (1977), considerado uma continuação indireta de “Os fuzis”. O longa, vencedor do Urso de Prata no Festival de Berlim, tinha como eixo a morte de um operário nas obras do metrô do Rio devido à falta de segurança. A professora Ana Paula El-Jaick, do curso de letras, será a debatedora. E o último longa a ser exibido será “Estorvo” (2000), adaptação do livro homônimo de Chico Buarque e que será exibido sexta-feira. O debatedor convidado é o professor Martinho Jr. do curso de história.

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