Festival Primeiro Plano começa nesta segunda em formato híbrido

Depois de uma edição totalmente on-line em 2020, evento terá exibição presencial de longas-metragens na reabertura do Cinemais Alameda


Por Júlio Black

05/12/2021 às 07h00

Principal evento dedicado ao cinema em Juiz de Fora, o Primeiro Plano 2021 – Festival de Cinema de Juiz de Fora e Mercocidades realiza sua vigésima edição a partir desta segunda-feira (6) com motivos para comemorar além da data redonda. Depois de uma programação totalmente on-line em 2020, devido à pandemia de coronavírus, o evento adotará o formato híbrido este ano, com exibição de longas-metragens no Cinemais Alameda, que reabrirá as portas na mesma data, ainda que com apenas duas salas – das cinco que existiam anteriormente, três foram desativadas.

Com a temática “A tempo”, o festival terá sua abertura oficial nesta segunda, às 20h, com transmissão pela plataforma InnSaei.TV, seguida pela exibição do curta-metragem “Um tanto de um copo”, de Mariana Martins, vencedora da Mostra Competitiva Regional em 2021. Pouco depois, às 21h, serão disponibilizados pelo InnSaei.TV todos os curtas que concorrem nas mostras Regional e Mercocidades, que estarão disponíveis até o próximo sábado – em 2020, as produções podiam ser assistidas apenas no espaço de 24h.

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Os filmes foram divididos em blocos, de acordo com a temática e estética, para facilitar a busca pelo público, mas também poderão ser assistidos de forma avulsa. No mesmo período, também poderão ser conferidos os curtas das mostras Audiovisual de Juiz de Fora e da Sessão Especial Cine Babaçu, que exibirá produções coletivas realizadas a partir de oficinas do Cine Bababçu. Um dos blocos dessa mostra terá filmes com recursos de acessibilidade, alguns com audiodescrição e outros com legendas descritivas. Toda a programação do festival pode ser conferida em primeiroplano.art.br.

Os vencedores das duas mostras serão conhecidos no próximo sábado, às 20h, pela plataforma Zoom e com transmissão pelo Facebook. No caso da Mostra Regional, o vencedor receberá um prêmio de R$ 10 mil para a realização de um curta a ser exibido na abertura da edição de 2022. A votação do público se dará entre aqueles que fizeram cadastro no InnSaei.TV. Segundo Marília Lima, do grupo Luzes da Cidade (responsável pela organização do Primeiro Plano), o vencedor terá o auxílio do Luzes com o empréstimo de equipamentos e também em serviços de finalização, como mixagem e correção de cor.

Outra parte da programação que será realizada on-line são os debates, pela plataforma Zoom, com os realizadores dos curtas. De terça a sexta-feira, eles acontecerão a partir das 19h, com os diretores de cada bloco de curtas. De acordo com Marília, a divisão dos curtas de acordo com estética e temática também ajudou a definir como organizar os bate-papos com os cineastas.

Veio para ficar?

Com o festival de 2020 tendo sido realizado on-line, com resultados positivos, Marília reforça que a chance de o formato híbrido de 2021 ser mantido para o próximo ano tem sido considerada. “A experiência do híbrido trouxe possibilidades de ampliar o público, vimos que já deu certo”, analisa. “O que falta é a possibilidade de conhecer as pessoas que fazem os filmes; se não promovemos os debates, somos apenas mais uma plataforma exibindo filmes, e o que os festivais têm de singularidade é poder reunir os realizadores. Mas também pensamos que é importante ampliar a curadoria que fazemos para todo o Brasil e América do Sul, e acho importante ter o modelo híbrido. Certamente vamos discutir isso para o ano que vem, exibindo algumas produções on-line, ou alguma mostra. Entretanto, é preciso saber como estará a situação em 2022, pois costumamos trazer pessoas de outros estados e países.”

A alegria do retorno

Talvez o ponto que mais chame atenção no Primeiro Plano 2021 seja o retorno das exibições presenciais. Neste ano, porém, elas ficarão restritas aos longas-metragens, que serão exibidos de terça-feira a sábado no Cinemais Alameda, sempre às 21h. Das cinco produções, duas delas serão exibidas presencialmente e também no InnSaei.TV (neste caso, disponíveis por 24 horas): “A morte habita à noite” (quarta) e “Canela” (sexta). “Cabeça de nêgo” (quinta) também poderá ser assistido no InnSaei.TV, porém apenas entre as 21h e 23h e com limite de 200 visualizações. “Cabrito” (terça-feira) e “Madalena”, última atração do festival, terão exibição apenas presencial.

Segundo Marília Lima, a organização do Primeiro Plano sempre trabalhou com a possibilidade de realizar ainda em 2021 o festival de forma presencial ou, pelo menos, híbrida. Até outubro a expectativa era de que ele fosse 100% on-line, mas as boas notícias relativas aos dados epidemiológicos criaram a disposição de correr contra o tempo para se ter, ao menos, um evento no formato híbrido.

“Sempre estivemos preocupados em fazer o festival no modelo presencial, mas, com a reabertura dos cinemas, a mudança nos protocolos, o avanço da vacinação e a diminuição dos casos de Covid, começamos a ver a possibilidade de adotar um modelo híbrido, pelo menos. Passamos a pensar onde seria possível exibir parte da programação. Procuramos a Funalfa pra tentar o Teatro Paschoal Carlos Magno, mas não haveria data porque não participamos do edital de ocupação. Procuramos então o Cinemais Alameda, que estava para voltar e já fora nossa casa em outras edições, e eles abraçaram o festival desde o início. Tudo isso foi possível graças à administração do shopping e à rede de cinemas.”

Ainda com cuidado

Marília ressalta que o retorno não vai ser uma festa despreocupada com as consequências. A abertura, por exemplo, vai ser on-line para evitar aglomerações, mesma razão para que as mostras sejam exibidas apenas pela internet. “Estamos preocupados em manter todas as medidas de segurança, pois tudo parece estar bem agora, mas pode piorar de repente. Basta ver as discussões sobre cancelar Réveillon e carnaval”, exemplifica. “Teremos uma capacidade máxima de lotação de 80%, oficialmente, com a exigência de que a pessoa tenha tomado duas doses da vacina contra Covid. Porém, como as poltronas ao redor da pessoa devem estar vazias, com exceção de grupos de familiares e amigos, acreditamos que a lotação chegue, no máximo, a 50%. É uma conta meio confusa, pois pensamos que, a partir do momento que uma pessoa sozinha vai exigir que as cadeiras ao redor estejam vazias, a ocupação deve chegar apenas à metade.”

Sobre poder reencontrar o público do festival após dois anos, Marília Lima tem certeza que esta será uma “experiência emocionante”. “Principalmente pelos nossos encontros. Desde o início da pandemia que nós, do Luzes da Cidade, não nos encontramos todos. E o festival aproxima esse público ligado ao cinema, ajuda as pessoas a se conhecerem e a conhecermos quem participa, assiste. Ao mesmo tempo, estou tão acostumada com essa coisa da pandemia, de correr de aglomeração, que não sei como vou reagir. Acho que seguiremos com essa lógica de distanciamento, de continuar usando máscara; na minha cabeça, pelo menos, a pandemia ainda não acabou.”

Roney Villela e Endi Vasconcelos em cena de “A morte habita à noite”, de Eduardo Morotó (Foto: Divulgação)
Lucas Limeira interpreta Saulo no filme “Cabeça de nêgo”, de Déo Cardos (Foto: Marcos K. Hirano/Divulgação)

Confira a programação

Segunda-feira (6)

20h – Sessão de Abertura – Innsaei.TV
Um tanto de um copo, de Mariana Martins (11 min)

21h – Mostras de Curtas – Innsaei.TV
Mostra Competitiva Mercocidades
Mostra Competitiva Regional
Mostra Audiovisual de Juiz de Fora
Sessão Especial Babaçu

Obs: Todos os curtas ficarão disponíveis até o dia 11 de dezembro

Terça-feira (7)

19h – Debate com realizadores do Programa 1 da Mercocidades e Regional – plataforma Zoom

21h – Estreia de longa-metragem – Cinemais Alameda (P)
Cabrito, de Luciano Azevedo (80 min)

Quarta-feira (8)

19h – Debate com realizadores do Programa 2 da Mercocidades e Regional – plataforma Zoom

21h – Estreia de longa-metragem – Cinemais Alameda e Innsaei.TV (PV)
A morte habita à noite, de Eduardo Morotó (94 min)

Obs: Filme ficará disponível por 24 horas

Quinta-feira (9)

19h – Debate com realizadores do Programa 3 da Mercocidades e Regional – plataforma Zoom

21h – Estreia de longa-metragem – Cinemais Alameda e Innsaei.TV (PV)
Cabeça de Nêgo, de Déo Cardoso (85 min)

Obs: Filme ficará disponível de 21h às 23h e com limite de 200 visualizações

Sexta-feira (10)

19h – Debate com realizadores do Programa 4 da Mercocidades e Regional – plataforma Zoom

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21h – Estreia de longa-metragem – Cinemais Alameda e Innsaei.TV (PV)
Canela, de Cecilia del Valle (77 min)

Obs: Filme ficará disponível por 24 horas

Sábado (11)

20h – Encerramento – plataforma Zoom com transmissão pelo Facebook

21h – Estreia de longa-metragem – Cinemais Alameda (PV)
Madalena, de Madiano Marcheti (86 min)

Mostra Competitiva Regional

Programa 1

Peixinho da horta: entre afetos e alquimias, de Guilherme Landim (10 min)
Saudade cidade, de Alessandra Brum e Luis Bocchino (2 min)
Meu arado, feminino, de Marina Polidoro (20 min)
Memórias do sentir, de Tais Marcato (5 min)
Escorre, de Nina Pissolato Camurça (2 min)
Carimbloco, laços e afetos pela cultura, de Lucas Gabriel M.H e Vanor Correia (12 min)
O que houve lá fora?, de B.N.L. (12 min)

Programa 2

Por favor, socorro, de Sinval de Abranches (20 min)
População solitária, de Bruno Ferreira (3 min)
Rebuliço, de Marcella do Carmo e Noah Mancini (20 min)
Jornada ao trabalho, de Bruna Schelb Corrêa (2 min)
Ecos da terra, de Açucena Arbex (10 min)
A grande pioneira, de Vinícius Martins (13 min)
Em queda, de Daniel Couto (4 min)

Programa 3

Nada parece jamais ter se movido, de Leonardo Nunes Heringer (9 min)
Amélia em transe, de B.N.L. e Thaís Melo (15 min)
Reenceto, de Lipe Veloso (3 min)
Se eu tivesse um coração, de Gabriel Duarte (20 min)
O monstro do rio Paraibuna, de Leonardo Amorim e Felipe Fontenelle (25 min)
Bolha, de Gabriel Kern (3 min)
éF, de Victor Melandre (1 min)

Programa 4

Oceânica, de Cendretti (9 min)
Bulha, de Daniel Couto (12 min)
Olho além do ouvido, de Bruna Schelb Corrêa e Luis Bocchino (15 min)
Unção maldita, de Lipe Veloso (7 min)
Azul, de Matheus Engenheiro (13 min)
E se…, Alexandre Guttierez, Marcos Bavuso, Gustavo Burla e Raissa Moraes (7 min)
Percebo, de Isabela Heluey (16 min)

Mostra Competitiva Mercocidades

Programa 1

Construção, de Leonardo da Rosa (16 min)
O resto, de Pedro Gonçalves Ribeiro (20 min)
[O vazio que atravessa], de Fernando Moreira (23 min)
Virus, de Emilia Castañeda (8 min)
Inês, de Alice Besen (23 min)
O degelo, de Lucía López, Florencia Usuki, Laura Malagón (3 min)

Programa 2

Esmalte vermelho sangue, de Gabriela Altaf (13 min)
Catedral do silêncio, de Guilherme de Oliveira (20 min)
Inimigo, de Alisson Severino (18 min)
Jamary, de Begê Muniz (15 min)
Eterno desconhecido, de Nicolau da Conceição e Julio Zelic (18 min)
A raiz de um, de Pedro Henrique Lima (6 min)

Programa 3

Perna e coxa, de Jennifer Moule (8 min)
Bailando, de Joaquín Chazarreta (10 min)
1325 quilômetros 227 dias, de Gustavo de Almeida e Vítor Teixeira (5 min)
Rafaméia, de Mariah Teixeira e Nanda Félix (24 min)
Portugal pequeno, de Victor Quintanilha (20 min)
Papinha de goiaba, de Tiago Fonseca (15 min)
República do mangue, de Julia Chacur, Priscila Serejo e Mateus Sanches Duarte (8 min)

Programa 4

A árvore de alfajor, de Marcela Soares (9 min)
Te guardo no bolso da saudade, de Rosy Nascimento (11 min)
Nimbus, de Marcos Buccini (11 min)
A sentença, de Laura Coggiola (16 min)
O andar de cima, de Tomás Fernandes da Silva (23 min)
La yuyera, de Maria Avalos (20 min)

Mostra Audiovisual de Juiz de Fora

ChaOsVID, de Alessandro Driê (2 min)
A aula acabou, de Lúcio Reis Filho (8 min)
Atrás da poesia, apenas uma padeira, Patrícia Almeida (11 min)
Todo dia é dia d – los românticos experience, Patrícia Almeida (8 min)
Trabalho é campo de guerra, de Pedro Carcereri (15 min)
Os ossos da saudade, de Marcos Pimentel (107 min)

Sessão Especial Cine Babaçu

Programa 1 – (80 min)

Noite de lua cheia
Pelebeu
Além da sobrevivência
Verdades ou mentiras: histórias de pescadores

Programa 2 – Sessão com acessibilidade – (80 min)

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