Polícia Civil aponta redução de homicídios e chega a mais 5 suspeitos


Por Sandra Zanella

31/03/2015 às 16h30- Atualizada 31/03/2015 às 17h33

Delegacia Especializada de Homicídios apresentou cinco suspeitos nesta terça-feira (Foto: Marcelo Ribeiro/31-03-15)
Delegacia Especializada de Homicídios apresentou cinco suspeitos nesta terça-feira (Foto: Marcelo Ribeiro/31-03-15)

Uma redução de cerca de 30% nas mortes violentas no primeiro trimestre deste ano em Juiz de Fora foi anunciada pela Polícia Civil, que realizou na manhã desta terça-feira (31) mais uma operação para capturar envolvidos em assassinatos na cidade. Desta vez, a Delegacia Especializada de Homicídios chegou a cinco homens. Quatro deles, com idades entre 19 e 20 anos, são suspeitos do linchamento de Renan Santos, 25 anos, agredido por um bando com pauladas, chutes e pontapés no dia 14 de janeiro de 2014, no Bairro Parque das Torres, Zona Norte. Já o quinto homem, 32, estava foragido da Penitenciária José Edson Cavalieri (Pjec), onde cumpria pena por homicídio, e não havia retornado após uma saída temporária. Conforme as investigações, no período em que estava fora da unidade prisional, ele teria sido o executor de Júnior Tavares Aleixo, 24, encontrado morto com um tiro na cabeça dia 21 de janeiro no Bairro Jardim Cachoeira, na mesma região.

Segundo o delegado Rodrigo Rolli, o caso do Parque das Torres foi mais uma “barbárie” e teria sido motivado pelo furto de uma bicicleta supostamente praticado pela vítima no mesmo dia. “Renan foi verdadeiramente linchado. Envolvidos com o tráfico de drogas no local ficaram insatisfeitos pelo fato de a vítima ter chamado a atenção da polícia devido ao crime patrimonial e, por represália, acabaram assassinando ela a pauladas no dia.” Renan chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos graves ferimentos, como traumatismo craniano, e morreu no dia seguinte no hospital. Ainda conforme o delegado, as investigações levaram à participação de sete envolvidos. “Um deles já faleceu, inclusive por morte violenta. Dos outros seis, quatro efetivamente cumprimos mandado de prisão nesta manhã (dois já estavam no Ceresp por outros crimes), e dois estão foragidos.” Rolli disse que o inquérito está sendo concluído e encaminhado à Justiça.

PUBLICIDADE

[Relaciondas_post]

Um dos presos na manobra também é suspeito de ter participado de outro homicídio no Parque das Torres, ocorrido no último dia 24. Fábio Ferreira, 35, foi morto com cinco tiros na cabeça dentro de casa, na Avenida Atlântica. “Outro envolvido já havia sido preso na operação realizada no mesmo dia do crime”, lembrou o delegado. “Estamos agilizando inquéritos de casos de maior repercussão e de pessoas que estão reincidindo na prática delituosa do homicídio. Com as prisões temporárias decretadas, remetemos ao Judiciário, pedindo a transformação em prisão preventiva, para que respondam pelos crimes presos.”

26 prisões

Só no mês de março, a Delegacia Especializada de Homicídios efetuou 26 prisões por meio de cumprimento de mandados, na média de quase uma captura por dia. Para o titular, Rodrigo Rolli, as constantes operações e aceleração dos inquéritos pode ter contribuído para a redução no número de homicídios e de tentativas de assassinatos na comparação entre os primeiros trimestres de 2014 e 2015. “Com relação aos homicídios tentados, temos uma diminuição de 11%, uma vez que foram 62 casos em 2014 e 55 este ano. Se compararmos a 2013, quando tivemos 78 tentativas, essa redução chega a 30%.”

Ainda de acordo com ele, os assassinatos caíram 30% conforme o levantamento da especializada, sendo 46 homicídios no primeiro trimestre de 2014 e 32 no mesmo período deste ano. Já segundo o levantamento da Tribuna, que também leva em conta casos de latrocínio (roubo seguido de morte) e contabiliza as vítimas em ocorrências de duplo ou triplo homicídio, houve 46 mortes violentas nos três primeiros meses do ano passado e 36 em 2015, com uma redução de 22%.

“Queremos que a sociedade confie cada vez mais na Delegacia de Homicídios. Pedimos a colaboração por meio do Disque-Denúncia (181), e que realmente nos tragam informações de forma velada para apurarmos os homicídios cada vez mais com maior eficácia”, concluiu Rolli.

O conteúdo continua após o anúncio

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.