Suspeito de matar mulher a facadas se apresenta na delegacia e é preso


Por Marcos Araújo e Sandra Zanella

30/06/2015 às 14h29- Atualizada 30/06/2015 às 20h44

Atualizada às 20h27

O porteiro de 42 anos que confessou ter matado a própria mulher, Verônica da Silveira Peregrino, 38 anos, foi preso, na tarde desta terça-feira (30), pela equipe da Delegacia Especializada de Homicídios em função de mandado de prisão temporária expedido pela Justiça. Ele vai responder processo por feminicídio e por usar recurso que impossibilitou a defesa da vítima. No período da manhã, o porteiro já havia se apresentado na unidade policial acompanhado de um advogado, quando foi ouvido pelo delegado responsável pelo caso, Carlos Eduardo Rodrigues. O homem seria conduzido, ainda ontem, para o Ceresp.

PUBLICIDADE

[Relaciondas_post]
De acordo com o delegado, o mandado de prisão já havia sido requerido na última sexta-feira (26), e terça, depois de liberado pela Justiça, os policiais tiveram a oportunidade de cumpri-lo. Na companhia do porteiro, o delegado e sua equipe voltaram à residência do casal, no condomínio Neo Residencial, no Bairro Parque Serra D’Água, na Cidade Alta. “Foi muito importante, porque ele relatou toda a dinâmica do assassinato. Depois do crime, ele fugiu no carro da vítima e o abandonou, seguindo depois para a cidade de Santos Dumont de ônibus, de onde voltou na noite de segunda-feira”, relatou o delegado, acrescentando: “Já tínhamos ido até lá e hoje (terça), com a presença dele, foram esclarecidas algumas dúvidas como, por exemplo, a posição do corpo e como as facadas foram desferidas.”

Segundo o delegado, o porteiro disse que não havia um motivo específico para o crime. “Eles começaram a discutir, e a vítima teria pego a faca. Durante a luta corporal, ele conseguiu tomar a arma e golpeou a vítima duas vezes.” Carlos Eduardo ainda informou que irá finalizar o inquérito esta semana. “Depois de ouvir a testemunhas, juntar todos os laudos, vamos encaminhá-lo para a Justiça.”

Frieza

Ainda em seu depoimento, o porteiro relatou que, depois de matar a mulher, cobriu seu corpo com um cobertor até o pescoço, para que parecesse que ela estava dormindo, pois o filho do casal, de 5 anos, dormia no quarto ao lado. “Ele alegou que fez isso para o filho não perceber que a mãe estava morta. De manhã, ele mesmo levou a criança para o colégio, alegando que a mulher estava dormindo. Só quando voltou da aula, no período da tarde, o garoto, que estava numa van escolar, não conseguiu entrar em casa. O responsável pela van notou que algo estranho estava acontecendo, chamou os vizinhos e, posteriormente, a Polícia Militar.”

Verônica foi encontrada morta dentro de casa, deitada em um colchão aos pés da cama, com duas facadas nas costas, na noite da última quinta-feira (25). O Fiat Palio que teria sido usado na fuga foi localizado pela Polícia Militar, na noite de sexta-feira, próximo ao Terminal Rodoviário Miguel Mansur, no Bairro São Dimas, Zona Norte. O carro, que está em nome da vítima, estava abandonado e aberto, com as chaves em seu interior.

O delegado informou que vai pedir perícia do veículo para verificar possíveis resquícios de sangue. No dia do crime, o porteiro chegou a ligar para um irmão, dizendo que havia brigado com a esposa e feito uma besteira. O registro de, pelo menos, três ocorrências relacionadas à violência doméstica envolvendo o casal demonstra que o relacionamento era conturbado.

O conteúdo continua após o anúncio

 

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.