Crimes violentos têm curva de queda na última década, mas crescem em 2022
Para Prefeitura de Juiz de Fora e forças de segurança, aumento observado este ano deve ser relativizado em função dos números do ano anterior, por conta das restrições da pandemia
Em entrevista coletiva realizada na manhã desta quinta-feira (29), representantes da Prefeitura e das polícias Civil e Militar fizeram um balanço dos índices de criminalidade em Juiz de Fora nos últimos dez anos. Apesar da identificação do crescimento de vários indicadores em 2022 em relação ao ano passado, a avaliação é de que a cidade vive uma curva que aponta a diminuição dos índices de violência na última década. Isso porque o ano de 2021 é considerado atípico, por conta dos vários períodos de restrição de circulação motivados pela pandemia da Covid-19.
“Em 2022, tivemos um aumento controlado, relativamente pequeno, dos crimes violentos. Isso se comparado com 2021. São dois anos muito distintos. Ano passado, estávamos em pandemia”, avalia o chefe do Estado-Maior da 4ª Região da Polícia Militar de Minas Gerais, o tenente-coronel Sávio Geraldo Corsino Pires. Para ele, em razão das restrições trazidas pela pandemia em 2021, as relações sociais e os conflitos diminuíram. “A nossa redução criminal em 2022 foi muito grande em comparação aos últimos dez anos.”
A prefeita Margarida Salomão (PT) reforçou o entendimento. “Não é uma interpretação. São dados que demonstram uma queda significativa dos índices de criminalidade”, disse, reforçando que “é importante garantir ao cidadão o direito de se sentir seguro”. No mesmo tom, a chefe do 4º Departamento da Polícia Civil, a delegada Flávia Mara Camargo Murta, pontuou que é preciso “entender que estamos retornando de um período de pandemia em que a ocupação dos espaços foi diminuída”. A delegada apontou ainda que, esta semana, a cidade recebeu novos policiais civis para compor sua equipe.
2016 foi o ano mais violento
Descartando-se o ano de 2021, 2022 é o ano que apresenta o menor número de crimes violentos de 2013 para cá. Foram 870 registros até o dia 27 de dezembro. No recorte, o ano mais violento foi 2016, quando foram computados 3.079 crimes violentos. No ano passado, que é considerado fora da curva pela Prefeitura e pelas forças de segurança, foram registrados 785 casos, 85 a menos do que o apurado este ano.
A tendência se mantém quando se observa os indicadores de roubos consumados, por exemplo. Houve um aumento no número de casos entre 2021 e 2022, passando de 598 para 651. No entanto, uma vez mais, excetuando-se o ano passado, os números de 2022 são os menores registrados na última década. Já nos registros de homicídios consumados, homicídios tentados e furtos, os números registrados este ano são maiores que o observado tanto em 2021 como em 2020, porém, melhores que os indicadores registrados entre 2013 e 2019.
Confira abaixo os dados repassados à imprensa.