Fogos de artifício: cuidados para você e seus animais

Veterinário avalia técnicas para proteger os cães, e bombeiros dão dicas para a soltura segura dos produtos pirotécnicos


Por Julia Campos, estagiária, sob supervisão do editor Guilherme Arêas

29/12/2017 às 07h33

Foto: Marcelo Ribeiro

Os fogos de artifício agradam aos olhos dos humanos nas festas de réveillon, mas podem levar pânico aos animais, como os cães. Circulam pelas redes sociais técnicas que, em teoria, acalmariam os bichos, como uma em que se utilizam faixas no corpo do animal. A Tribuna conversou com o médico veterinário Rômulo Barbosa de Castro, que avalia essa e outras técnicas para controlar o pânico dos animais devido ao barulho dos fogos.

“A faixa só impede que os animais manifestem o pavor, mas as alterações neuroendócrinas, ou seja, aquelas que produzem hormônios do grupo da adrenalina, que aumentam o açúcar, a pressão e aceleram o coração, não são impedidas de serem sintetizadas no organismo do animal”. Rômulo explica que os sedativos, amplamente utilizados e receitados em situações como esta, também não impedem a produção destes hormônios. Ele diz que o comportamento agitado varia de animal para animal; alguns podem apresentar fobia de ruídos, outros não.

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O veterinário Rômulo Barbosa de Castro ensina procedimento para abafar ruídos. (Foto: Leonardo Costa)

O veterinário explica que o melhor recurso para evitar que os animais fiquem nervosos com os barulhos dos artigos pirotécnicos é o treinamento especializado para realizar a dessensibilização, que consiste em fazer com que o bicho perca o medo de barulhos externos. Caso a medida não seja tomada com antecedência, deixar o animal em local mais silencioso é a melhor solução. Ele ainda indica que compartimentos como caixas com isolamento acústico são fáceis de serem confeccionadas e são um bom recurso para acalmar o cão. Caso nenhuma destas soluções seja possível, o veterinário orienta que o tutor coloque algodão hidrófobo (que não absorve água) no ouvido do animal. Veja as orientações no vídeo:

Rômulo ainda afirma que a exposição dos animais ao barulho pode levar o bicho à morte. “São lançadas na corrente circulatória substâncias que podem causar tremores e que podem levar até ao estado convulsivo e à morte”. Outra consequência da exposição dos animais aos barulhos são as fugas. Por vezes, os animais escapam dos lares por medo e acabam perdidos e acuados.

Audição apurada

“A acuidade auditiva dos cães é bem superior à nossa. Eles às vezes enxergam pouco, mas têm uma audição muito superior à do humano. Qualquer barulhinho que fizer, eles escutam 30, 40, até 50 vezes mais do que a gente”, explica Rômulo.

O veterinário alerta que não só os animais domésticos sofrem com os ruídos, mas também os animais silvestres que se estabelecem nas cidades, como micos, pombos e maritacas. Ele ainda ressalta que a pessoa que assume a responsabilidade de cuidar de um animal deve ter cuidados para que o bichinho tenha tranquilidade, não só na passagem de ano, mas em outras datas em que a queima de fogos é comum, como o São João.

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