Órgãos de saúde defendem eficácia de vacina contra a febre amarela

Entidades se manifestaram para esclarecer que a vacina continua sendo a melhor proteção contra a doença


Por Rafaela Carvalho

28/02/2018 às 20h09- Atualizada 01/03/2018 às 09h14

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES/MG) defendeu a eficácia da vacina contra a febre amarela em nota de esclarecimento publicada nesta quarta-feira (28). A nota foi divulgada um dia após a própria SES admitir a ocorrência de casos de febre amarela em 11 pessoas vacinadas previamente, já descartando a possibilidade de ter havido erros vacinais. Concomitantemente, outros órgãos de saúde se manifestaram, também nesta quarta, sobre a importância da vacinação e a eficácia contra a febre amarela.

O comunicado reitera a necessidade de administração de uma única dose, que imuniza por toda a vida, e afirma orientar todos os municípios do estado a seguirem a recomendação, que parte do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde. Ainda conforme a nota, a vacina confere proteção a partir de dez dias após ser administrada e os certificados de vacinação também são válidos durante toda a vida do imunizado.

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A Sociedade Mineira de Infectologia (SMI) também se manifestou por meio de nota de esclarecimento e pontuou que a vacina é eficaz e oferece proteção em torno de 98%. A entidade ainda classificou a situação epidemiológica do estado como grave e afirmou que os casos de doenças em indivíduos imunizados são raros, destacando que “formas graves em pessoas vacinadas são bastante incomuns”. No texto, a SMI reforçou a necessidade de as pessoas não imunizadas buscarem a vacinar e afirmou que, “quanto maior for a cobertura vacinal, menor o risco de as pessoas adoecerem e do vírus se disseminar para a área urbana”.

Mutação

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) também se posicionou sobre a eficácia da vacina, após um texto em que a entidade comunica a descoberta de uma mutação do vírus da febre amarela. O texto de 2017 foi compartilhado recentemente nas redes sociais. A publicação original foi feita em 17 de maio do ano passado e tem sido divulgada como uma comprovação de que a imunização não seria válida. No entanto, conforme esclarecimento divulgado pela Fiocruz nesta semana, não há impacto dessas mutações para a eficácia da vacina contra a doença.

O estudo teria como objetivo acompanhar as possíveis mudanças no vírus. Por meio dele, a entidade constatou a presença de variações em sequências genéticas que estão associadas a proteínas envolvidas na replicação viral, sendo que a proteção da vacina ocorre pela produção de anticorpos contra o envelope do vírus.

A SMI e a SES também se manifestaram sobre a mutação, esclarecendo que não há relação com a eficácia da vacina. Conforme o subsecretário de Vigilância e Proteção à Saúde da SES, Rodrigo Said, em coletiva de imprensa sobre a febre amarela realizada na última terça, “a mutação não inviabiliza a vacina que está sendo usada no país como proteção contra a febre amarela”.

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