Pedreiro acusado de matar esposa é condenado a 12 anos


Por Tribuna

28/01/2016 às 17h09- Atualizada 28/01/2016 às 20h42

Vestindo camisas com a foto de Elisabeth, familiares acompanharam o julgamento (Foto: Fernando Priamo/28-01-16)
Vestindo camisas com a foto de Elisabeth, familiares acompanharam o julgamento (Foto: Fernando Priamo/28-01-16)

Atualizada às 20h42

O pedreiro Valdir Rodrigues dos Santos, de 65 anos, foi condenado a 12 anos de prisão em regime fechado pelo assassinato de sua esposa, Elizabeth Aparecida Duque dos Santos, morta a tiros em 2012, aos 52 anos. Conforme a sentença, proferida pelo juiz Daniel Reche da Motta, a condenação foi por homicídio qualificado por meio cruel e Valdir poderá recorrer em liberdade. O júri, que havia começado às 12h30, terminou por volta das 18h desta quinta-feira (28) no Fórum Benjamin Colucci. Vestidos com camisas brancas com o rosto de Elizabeth e um pedido de justiça, cerca de 30 familiares e amigos acompanharam todo o julgamento.

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“Um caso cruel. Foram 34 anos de casados, praticamente em regime de cárcere privado. Minha irmã não podia fazer nada, se saísse de casa tinha que voltar correndo antes de ele chegar. Os filhos também sofreram muito, eram privados de tudo, nem nossa família podia se aproximar direito. Ela tinha medo, dizia que ele era vingativo”, afirmou a irmã de Elizabeth, Maria Estela Duque. Entre os parentes, estavam também os pais, de 85 e 86 anos. “É terrível ver meus pais passarem por isso, o julgamento de uma pessoa que eles sempre trataram tão bem”, completou Maria Estela.

A família também informou à Tribuna que a vítima havia sido agredida com violência antes de ser morta. “Foram anos insuportáveis de convivência com ele, sofrendo, até criarmos forças para sair de casa. Ele era agressivo, intransigente. E minha mãe sempre foi uma pessoa dócil, boa, tímida. Achei que seria assim pelo resto da vida, nunca imaginei que chegaria a este ponto”, disse um dos quatro filhos do casal, a empresária Fabiana Duque, 34. Ela também informou que o julgamento foi adiado duas vezes no ano passado e que Valdir chegou a ficar preso por três meses na época do crime, mas permaneceu o restante do período em liberdade.

O juiz Daniel Reche da Motta afirmou à Tribuna que o caso não poderia ser enquadrado como feminicídio, pois a lei que tipifica o novo crime foi sancionada no ano passado, portanto, em data posterior ao crime. Em Juiz de Fora, a primeira condenação por feminicídio aconteceu na semana passada, quando o porteiro Sérgio Henrique da Silva foi condenado a 11 anos, 10 meses e 15 dias de reclusão por homicídio duplamente qualificado pela morte de sua mulher, Verônica da Silveira Peregrino.

 

O crime

Elizabeth foi morta em casa, no Bairro Nossa Senhora das Graças, no dia 22 de maio de 2012. Após discutir com a esposa, o homem atirou e, logo em seguida, tentou se matar com um corte no pescoço. Na época do crime, o mestre de obras disse que se exaltou e foi até um quarto de ferramentas, nos fundos da casa na Rua Nossa Senhora das Graças, onde pegou um revólver calibre 32 e efetuou um disparo em direção à cabeça da esposa. Após ver o que havia feito, ele decidiu tirar a própria vida e ingeriu veneno para ratos, além de ter tentado atirar quatro vezes contra ele mesmo. Como os cartuchos não deflagraram, o marido pegou um estilete e se cortou, no pescoço. A filha do casal foi avisada pelo próprio pai do ocorrido e acionou a PM e o Samu.

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