Jovem é executado na Marechal Deodoro
Um assassinato registrado ontem em plena luz do dia, na parte baixa da Rua Marechal Deodoro, próximo à Praça da Estação, no Centro de Juiz de Fora, chocou a população e deixou em alerta comerciantes da região. Com a rua tomada por pedestres e a poucos metros de uma companhia da Polícia Militar, um atirador abriu fogo contra Thales Cezar Pereira Pinho, 21 anos, alvejado por pelo menos oito disparos. De acordo com informações da Polícia Militar, por volta das 15h, o jovem aguardava para cortar cabelo em uma barbearia, próximo ao número 23, quando teria sido retirado à força por um homem. O atirador parou em frente ao local em uma moto, na companhia de um comparsa. Thales ainda tentou fugir, mas foi baleado e morreu alguns metros à frente. Houve pânico e muita correria nas imediações. A movimentação era intensa no comércio por conta ainda da liquidação Black Friday. Após o crime, centenas de curiosos se aglomeraram no local.
Mesmo após o jovem ter caído ferido no chão, testemunhas relataram que o criminoso atirou pelo menos quatro vezes contra a cabeça de Thales. A dupla, que utilizava capacetes, fugiu em seguida na motocicleta. O Samu foi acionado e constatou o óbito da vítima na via pública. A perícia da Polícia Civil encontrou dez perfurações no corpo, no braço esquerdo, costas, cabeça e boca. A arma utilizada foi uma pistola calibre 380. Alguns projéteis acertaram as paredes de estabelecimentos comerciais das imediações. O corpo foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML). De acordo com o comandante da 30ª Companhia da Polícia Militar, capitão Herivelton Soares, as câmeras do “Olho Vivo” flagraram a motocicleta utilizada no homicídio, os autores e a rota de fuga. “Fica bem claro que os tiros eram direcionados para esta vítima. Os autores não dispararam a esmo, tinham um alvo certo. Vieram até aqui para matar”, comentou.
Desespero
O crime ousado causou pânico a quem passava ou trabalhava na área. Comerciantes, que pediram para não ter o nome divulgado, contaram que, no momento dos disparos, pedestres entraram nas lojas buscando abrigo. Em uma delas, que fica ao lado, clientes e pessoas que caminhavam pela área entraram desesperadas em busca de abrigo. “Eu ouvi os tiros e me abaixei. Neste momento começou a entrar muita gente, uma senhora passou mal”, disse uma vendedora. Lojas da Praça da Estação também foram tomadas por pessoas que fugiam. “Eu pensei que fosse bombinha, só soube que eram tiros quando um grupo de quatro pessoas chegou correndo e pedindo para eu abaixar as portas. Não estamos seguros em lugar nenhum”, comentou o proprietário de outra loja. Em outro comércio, o clima após o homicídio era de insegurança. “É inacreditável que uma coisa dessa tenha acontecido em pleno Centro, com a rua lotada. Estamos vulneráveis o tempo todo, qualquer um de nós poderia estar na linha do tiro. As coisas só pioram”, desabafa um vendedor que trabalha na região há dez anos.
Vingança
A equipe da Delegacia Especializada de Homicídios, comandada pelo delegado Rodrigo Rolli, esteve no local no assassinato. Segundo o delegado, a principal linha de investigação é que o crime tenha sido praticado por vingança. Rodrigo Rolli informou que Thales e outro homem foram indiciados por homicídio no inquérito que investigava a morte de Darlan de Freitas Santiago, 28 anos, morto a tiros no dia 28 de dezembro do ano passado, no Bairro de Lourdes, Zona Sudeste. Conforme Rolli, por conta do indiciamento, havia um mandado de prisão em aberto contra Thales. O delegado afirmou que a autoria do crime já está definida. Até o fechamento desta edição, os policiais faziam buscas pelo paradeiro dos suspeitos. “É um crime que mostra um total desrespeito desses autores, uma ação feita em uma rua lotada, no Centro. A Polícia Civil vai dar a resposta que este crime merece o mais rápido possível”, finalizou o delegado.