Flagrante de vandalismo
A imagem de um homem arranhando um carro na Rua Santa Rita, no Centro, “viralizou” na internet esta semana. A cena, captada por uma câmera de segurança, aconteceu na última segunda-feira. Nela, um professor, de 42 anos, estaciona seu veículo, um Nissan March, na via pública e desembarca, quando é abordado pelo rapaz, que pede dinheiro. O professor nega o pedido e entra em um prédio. No vídeo, de quase três minutos, o pedinte aparece apanhando algo no chão, provavelmente um objeto pontiagudo, e começa a arranhar o automóvel. É possível perceber que, em alguns momentos, ele deixa de cometer o dano quando pedestres ou outros veículos passam por perto.
O vídeo foi postado pelo professor na sua página no Facebook, e ele registrou o fato na Polícia Militar. O ato do pedinte foi classificado como crime de dano. No documento policial, a vítima relata que o carro teve arranhões no capô, no para-lama dianteiro e na porta dianteira esquerda. Na sua página na rede social, o professor lamenta: “Segunda-feira fui vítima da violência, da intolerância, de desigualdade social. Parei meu carro na Rua Santa Rita e fui abordado por um flanelinha/pedinte que se aproximou querendo dinheiro, converso com ele educadamente e digo que não tenho e entro no prédio. Logo em seguida, ele pega algo na calçada e arranha todo o meu carro! Consegui as imagens de uma câmera instalada próximo ao ocorrido, e dá pra ver direitinho ele arranhando meu carro! As imagens me revoltam, mas preciso divulgá-las para que, se alguém de JF for abordado por esse individuo, denuncie à polícia!”.
Ao conversar com a Tribuna, o professor – que pediu para não ser identificado na reportagem, apesar de o vídeo ter sido publicado na página dele e continuar postado até esta quinta-feira (27) – contou que o rapaz, responsável pelo dano, pediu dinheiro e, recebendo não como resposta, insistiu, alegando que era para pagar a passagem de volta para casa. Segundo a vítima, em nenhum momento o homem, que aparentava ter cerca de 25 anos, portou-se como flanelinha, oferecendo para cuidar do carro.
Providências
Responsável pelos inquéritos da região central, o delegado Armando Avólio, explicou que o crime de dano, por se tratar de menor potencial ofensivo, necessita de representação formal da vítima para ser investigado. Neste caso, o delegado afirmou que será instaurado um termo circunstanciado de ocorrência (TCO) somente depois que o proprietário do veículo procurar a delegacia. “Tenho conhecimento do fato, mas ainda não sabemos se o causador do dano era de fato um andarilho ou um flanelinha. Por isso, é difícil avaliar essa situação no que diz respeito a orientar a população sobre qual procedimento adotar num caso como este”, disse o delegado.
O assessor de comunicação do 2º Batalhão de Polícia Militar, tenente José Augusto Vianna, orienta que, se houver algum tipo de ameaça ou dano, a vítima deve ligar para o 190 e acionar uma viatura. O oficial ainda explicou que, na região central, é lançado efetivo diariamente no período da noite, contando com motocicleta, viaturas preventivas e de atendimento. “Em locais onde há flanelinha, por exemplo, os policiais fazem abordagem e o reconhecimento deles. Também fazem a abordagem de pessoas em atitude suspeita próximas aos veículos”, pontua o oficial.