Juiz de Fora e região ainda têm dois mil pontos sem energia elétrica

Produtores rurais estão entre os afetados. Alguns estão sem luz desde segunda-feira. Entre as causas estão queda de árvores, rompimento de cabos ou quedas de placas de sinalização sobre a rede. Problema tem sido recorrente


Por Daniela Arbex

27/02/2019 às 19h20

As fortes chuvas que caem sobre a cidade desde o início da semana já causaram danos e prejuízos, principalmente para os produtores rurais. Só em Juiz de Fora mil pontos foram afetados pela falta de energia. O número dobra quando é levada em consideração a situação de cidades vizinhas. Segundo a Cemig, há quase dois mil pontos sem energia em função de queda de árvores, rompimento de cabos ou quedas de placas de sinalização sobre a rede elétrica.

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Segundo a assessoria da companhia, cerca de 38 profissionais estão trabalhando sem folga para cuidar das emergências, mas o número não tem sido suficiente para dar conta da demanda do período. Exatamente por isso, a Cemig explica que existe uma escala de prioridades no atendimento dos chamados, como o socorro imediato a áreas de hospital e de grande concentração de pessoas. Na Zona Rural, no entanto, como os problemas são pontuais, alguns endereços podem levar mais tempo para receber assistência do que outros. “A chuva não tem dado trégua. Hoje (quarta-feira) já choveu forte de novo, e nós ainda não sabemos qual será a repercussão do temporal. A gente faz uma força-tarefa, mas não há previsão de restabelecimento da energia. Estamos envidando todos os esforços para atender a todos os chamados em tela”, afirmou a assessoria.

O presidente do Sindicato de Produtores Rurais de Juiz de Fora, Domingos Frederico Netto, disse à Tribuna não ter recebido informações sobre a falta de energia na Zona Rural, mas reconheceu que o mau tempo e a queda de árvores têm agravado prejuízos nessas áreas em função da interrupção de energia, como a perda da produção de leite. Ele opinou, ainda, que a terceirização do serviço da companhia contribuiu para a perda de qualidade no atendimento.

70 horas sem luz

O problema tem sido recorrente. Proprietário de um sítio em Monte Verde, distrito de Juiz de Fora, Adalto Elias Coelho, 56 anos, ficou sem energia por 70 horas, passando quase três dias no escuro. O episódio aconteceu no início de fevereiro e resultou na perda de alimentos. Por pouco, o estoque de geleia real produzida no Sítio Bosque das Abelhas também não foi afetado. Segundo o produtor rural, a sorte é que as entregas já tinham sido feitas, caso contrário, o dano seria ainda maior. “Meu pai idoso estava hospedado lá, e foi um transtorno. O pior é que precisei convencer a atendente da Cemig de que estava sem energia. Ela alegava que os técnicos já tinham vindo aqui e que não havia problema de energia. Ao final, identificaram que um galho havia causado danos em uma chave que fica no poste que abastece o sítio”, contou Adalto.

De acordo com a Cemig, a responsabilidade da companhia na entrega de energia termina no medidor. Se o dano for dentro de casa, cabe ao cliente acionar um eletricista. Muitas vezes, porém, os problemas internos só são detectados quando os técnicos da empresa chegam ao local. Segundo a assessoria, há casos em que a falta de energia é provocada pelo simples desarmamento da chave do relógio, resultando em deslocamento desnecessário da equipe.

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Tópicos: chuva

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