Campanha busca orientar sobre doação de órgãos

Durante o mês de setembro, diversas ações foram realizadas na cidade para esclarecer dúvidas e eliminar informações incorretas acerca do tema


Por Rafaela Carvalho

26/09/2017 às 19h21- Atualizada 26/09/2017 às 19h22

Desmistificar informações falsas sobre transplantes de órgãos e conscientizar a população sobre a importância da doação. Esses são os objetivos da campanha Setembro Verde, cujo tema é “Doe órgão, doe vida”. Durante este mês, diversas ações foram realizadas em Juiz de Fora para esclarecer dúvidas e eliminar informações incorretas acerca do tema. Visando a atrair mais interessados, as Ligas Acadêmicas Unificadas de Transplante de Órgãos atuam durante todo o ano, visitando escolas e promovendo ações de conscientização. Atualmente, cerca de 30 acadêmicos das faculdades de Medicina da UFJF, Unipac e Suprema participam das ligas.

A campanha Setembro Verde é promovida nacionalmente em alusão ao Dia Nacional de Doação de Órgãos, celebrado nesta quarta-feira (27). A Santa Casa de Misericórdia receberá um abraço simbólico, com soltura de balões na cor verde para chamar atenção para o tema nesta quarta. Às 12h15, uma missa na capela do hospital será realizada em ação de graças pelos doadores e seus familiares. As ações fazem parte da programação da campanha, que também teve participação dos jogadores do Tupi e do JF Vôlei. Eles doaram sangue no Hemominas em nome da instituição e também estão apoiando a campanha World Marrow Donor Day (Dia Mundial do Doador de Medula Óssea), celebrado no último dia 16.

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De acordo com presidente das Ligas Unificadas, Ariel Victor Duarte e Cruz, muitos mitos ainda dificultam o crescimento no número de doações. No entanto, na maioria das vezes, essas informações são infundadas. “As pessoas acham que, ao se proporem a doar seus órgãos, quando precisarem de um hospital, não serão salvas porque os médicos vão querer utilizar os órgãos delas para doação. Outras acreditam que os órgãos serão comercializados no mercado negro. Mas a principal dificuldade é a falta de compreensão de que, quando há a morte cerebral, não há reversão do quadro clínico. Esses são mitos que devem ser combatidos.”

Oportunidade

Atualmente, ocorrem, em Juiz de Fora e região, de 20 a 25 doações de órgãos oriundas de doadores com morte encefálica. A estimativa é do cirurgião Gláucio Souza, um dos responsáveis pelo serviço de transplante de fígado da Santa Casa. Segundo o especialista, a média anual no Brasil é de 20 doações por ano a cada um milhão de habitantes. Na região, entretanto, a média cai para 11. Para ele, os dados apontam que é necessário debater a doação.

“Todo o processo do transplante começa com o doador. É a partir de uma doação que deflagramos o processo de transplantação, então é muito importante que as famílias conheçam esse processo e conversem sobre a doação de órgãos. Só conversando tiramos dúvidas, diminuímos as incertezas. Não há certo ou errado em ser ou não doador, mas o que queremos é que a resposta seja genuína, que ela tenha sido dada com a pessoa compreendendo o assunto. O Setembro Verde é uma oportunidade de convidar as famílias a conversarem sobre a doação de órgãos e tirarem dúvidas sobre o assunto.”

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