Voluntários recebem homenagem por completarem 50 doações de sangue

Nesta sexta-feira (25) é celebrado o Dia do Doador Voluntário de Sangue, e o Hemocentro Regional de Juiz de Fora realizou cerimônia para homenagear voluntários que completaram 50 doações. Um gesto simples, rápido e necessário. A cada doação, uma pessoa destina, no máximo, 450 ml de sangue, e esse ato pode ser responsável por salvar até quatro vidas. Se considerarmos o número total de homenageados neste ano, que foram 23, a importância do gesto se agiganta. Cerca de 4.600 pessoas foram beneficiadas por voluntários, como Alexandre Piemonte, Miriam Rodrigues, Marcos Campos e Patrícia Lopes, que, ao longo de muitos anos, têm dedicado um tempo na rotina corrida para fazer o bem.

Aos 48 anos, Alexandre Piemonte relembra a primeira vez em que doou sangue, quando tinha 18 anos. Depois de ouvir no rádio a campanha convocando doadores, ele decidiu fazer sua parte e ajudar quem precisa. De lá para cá, Alexandre sempre tenta fazer três doações ao ano. “Eu já passei de 50 doações, são mais de 200 vidas salvas. Você sentir que faz esse bem também faz bem para você.”

Ao longo desses 30 anos, Alexandre não faltou um ano sequer. Nem o rompimento de dois tendões do pé direito, que exigiu o afastamento do trabalho, o impediu de doar. O voluntário espera que mais pessoas sintam vontade de colaborar. “Não só nós, mas alguém da nossa família ou amigos também pode precisar de doação e o estoque tem ficado muito baixo.”
Também aos 18 anos, Marcos Campos, hoje com 48, fez sua primeira doação. “Eu via que muitas pessoas precisavam, as doações são bem baixas em alguns momentos e eu decidi doar. É importante pensar mais no próximo, ajudar e fazer o bem, e a doação de sangue faz isso.” Em 2010, Marcos sofreu um acidente de moto e precisou parar de doar por um tempo, mas logo que se recuperou voltou a contribuir com a causa.

47% das doações foram feitas por mulheres

Neste ano, a cerimônia premiou duas mulheres que atingiram as 50 doações. Por muitos anos, o número de doadoras era menor em relação ao dos homens. O fato de a mulher não poder doar durante a gravidez e a amamentação pode dificultar um maior número de doações por parte delas. Além disso, as mulheres que durante o período menstrual são sintomáticas, que apresentam queda de pressão ou excesso de fluxo, também não podem doar sangue durante o ciclo. Vale ressaltar que mulheres que não têm problemas durante esse período podem doar mesmo menstruadas.

Ao todo, as mulheres podem doar no máximo três vezes ao ano, com intervalos de 90 dias. Já para os homens, o intervalo necessário é de 60 dias, com, no máximo, quatro doações em 12 meses. Esse cenário de menor participação feminina, no entanto, está mudando. Até novembro, o Hemocentro de Juiz de Fora recebeu 47% de doações femininas.
Patrícia Lopes foi uma dessas mulheres. Desde os 25 anos, ela marca presença no Hemocentro de Juiz de Fora. “É maravilhoso saber que você está ajudando alguém e não está te custando nada.

Eu faço de coração, por amor.” Patrícia também já esteve do outro lado, como família, à espera de uma doação. Seu pai precisou de transfusão e ela promoveu campanhas para que amigos e parentes pudessem doar, ajudando, além do pai, outras pessoas também.

Filha doou sangue para a mãe

Atualmente, os grupos que estão com baixo estoque de sangue são O- e O+ de acordo com o Hemocentro Regional. O tipo O- é considerado doador universal, ou seja, o voluntário pode doar seu sangue para qualquer pessoa, sem problemas de coagulação, no entanto, só pode recebê-lo. Por isso, é fundamental que pessoas com esse tipo sanguíneo doem com frequência. Esse é o caso de Miriam Rodrigues, de 49 anos. Ela tem o sangue O- e desde os 30 anos é uma doadora recorrente.

O fato de o seu sangue ser mais difícil de encontrar nos estoques fez Miriam começar a doar. Há cinco anos, ela doou sangue para sua mãe, que passava por um tratamento de câncer e precisou fazer uma transfusão. Naquele momento, Miriam presenciou a importância do gesto solidário que há anos realizava para outras pessoas que não conhecia.

Mais tarde, Miriam também incentivou a filha Jennifer, que tinha medo de agulha, a começar a doar. Para a voluntária, receber a homenagem do Hemocentro é motivo de orgulho e uma oportunidade para que seu exemplo possa inspirar outras pessoas. “Fico feliz de ter ajudado muitas pessoas. É muito gratificante ter ajudado minha família também que precisava de mim.”

Mês do Doador de Sangue

Durante o mês de novembro, o Hemocentro está promovendo campanhas de conscientização e incentivo às doações em homenagem ao Dia do Doador Voluntário de Sangue. O objetivo é garantir estoque para atender os hospitais, já que, no período de festas de fim de ano, a demanda costuma aumentar. De acordo com a responsável pela equipe de Captação do Hemocentro de JF, Lidiane Moura, a meta da instituição é ter 150 doadores por dia ao longo de todo o ano. Esta semana, para alegria de todos, eles conseguiram atingir a meta.

Com a pandemia de Covid-19, o instituto notou que muitos doadores fidelizados – que doam pelo menos uma vez ao ano – não voltaram a doar. “No nosso dia a dia, às vezes não chegamos nem a 80 doadores por dia, sendo que antes da pandemia tínhamos de cem a 130 doadores por dia.”

Saiba como ser um doador

Para doar, é importante que a pessoa apresente um documento de identidade com foto, tenha peso superior a 50 quilos, idade entre 16 e 69 anos e não ter tido hepatite após os 11 anos. Uma triagem médica avaliará as condições de saúde do doador antes de liberar a coleta de sangue. O Hemominas em Juiz de Fora está localizado na Rua Barão de Cataguases, próximo ao Mergulhão, região central da cidade.

O Hemocentro funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 18h, e, no sábado, das 7h às 12h. Os agendamentos podem ser feitos pelo site do Hemominas (http://www.hemominas.mg.gov.br/) ou pelo aplicativo MG App Cidadão. Para dúvidas ou esclarecimentos, o telefone disponível é 3257-3100 (pedir para falar no Setor de Captação).