Acidente com 6 mortos e 40 feridos fecha via


Por Tribuna

25/10/2016 às 07h00- Atualizada 26/10/2016 às 01h18

Seis pessoas morreram e 40 ficaram feridas no trágico acidente entre um ônibus de turismo e uma carreta carregada com biscoitos, no fim da noite de domingo, no km 764 da BR-040, entre Dias Tavares e Ewbank da Câmara. A batida frontal violenta aconteceu por volta das 23h a cerca de três quilômetros do posto de fiscalização da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a 35 do trevo do Salvaterra. Entre os mortos estavam o motorista do ônibus João Batista Monteiro da Fonseca, 50 anos, o motorista da carreta Nilton Brás Diniz, 47, os passageiros Francis Campos Assis, 29, Patrick Maikel de Souza, 19, e mais duas mulheres cujos nomes não haviam sido divulgados até a tarde de ontem. A estrada ficou fechada por cerca de sete horas e só foi totalmente liberada às 9h30. A interdição causou em torno de cinco quilômetros de engarrafamento em cada lado da rodovia e deixou muitos motoristas e passageiros de ônibus “presos” na 040, já que todos os desvios possíveis próximo ao local eram por meio de vias vicinais, conforme a PRF. A Tribuna ouviu trabalhadores que não conseguiram chegar a seus destinos ontem por conta do fechamento da via.

O ônibus envolvido no acidente havia sido fretado para uma excursão de Belo Horizonte para o Rio de Janeiro, com saída da capital mineira às 22h de sábado, com 46 passageiros, segundo lista da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) obtida pela PRF. De acordo com o Corpo de Bombeiros, o grupo teria ido passar o dia na praia de Copacabana e, no retorno para casa, aconteceu a tragédia. O coletivo Mercedes-Benz, de Belo Horizonte, seguia no sentido Rio/BH, quando o motorista foi surpreendido pela carreta Volkswagen de Goiânia (GO), que trafegava na direção oposta e tombou na pista, sendo arrastada na direção do ônibus. O impacto foi tão violento que a frente do coletivo foi destruída.

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Imediatamente várias ambulâncias do Samu, Corpo de Bombeiros, Via 040 e das empresas Mercedes-Benz e ArcelorMittal foram mobilizadas no resgate das vítimas. Sete delas ficaram presas às ferragens e apenas duas escaparam ilesas. Os feridos foram levados para vários hospitais e UPAs da cidade. “As vítimas apresentavam ferimentos generalizados, utilizamos uma técnica para fazer a triagem de acordo com o grau de lesão delas e dar o direcionamento até o recurso hospitalar”, informou a assessora dos bombeiros, tenente Priscila Adonay.

Segundo a assessoria da Secretaria de Saúde, 23 passageiros foram socorridos até a UPA Norte. Desses, 16 foram liberados até o início da tarde de ontem e outros sete permaneceram internados. Quatro ocupantes conduzidos à Regional Leste e três levados à UPA São Pedro também tiveram alta. Seis feridos ficaram no HPS, sendo cinco estáveis e um encaminhado ao centro cirúrgico. A UPA de Santa Luzia recebeu cinco vítimas, mas a permanência delas não foi confirmada. Os demais feridos não tiveram suas localizações informadas. Os corpos foram levados para necropsia no Instituto Médico Legal (IML).

A perícia da Polícia Civil esteve no local para realizar os levantamentos e identificar as possíveis causas da batida. “O que temos apurado até o momento é que a carreta transitava no sentido BH/Rio e tombou na pista. Em seguida, vinha um ônibus no sentido contrário, deparou com o acidente e não conseguiu parar a tempo de evitar a colisão. Ainda estamos verificando o que causou o tombamento da carreta”, informou o chefe da Delegacia da PRF de Juiz de Fora, inspetor Wallace Wischansky. “A pista ficou interditada das 23h até 6h em função do atendimento das vítimas, bem como da possibilidade de remoção por causa de carga esparramada e também da dificuldade técnica dos equipamentos para retirá-las em tempo hábil”, completou o inspetor.

À luz do dia, cenário de destruição

O km 764 da BR-040 amanheceu repleto de destroços do acidente. Poltronas do coletivo soltas no asfalto, em meio a janelas quebradas e pedaços de lataria davam a dimensão da tragédia. Após o trabalho de resgate das vítimas, funcionários da Via 040, concessionária que administra a rodovia, fizeram a limpeza das pistas. A carga de biscoitos ficou espalhada pelo acostamento, e muitos populares aproveitaram para pegar as embalagens que restaram inteiras. A PRF fez a filmagem dos envolvidos no saque para posterior investigação, já que o efetivo não permitia à equipe conter tantas pessoas. Segundo o chefe da Delegacia da PRF de Juiz de Fora, inspetor Wallace Wischansky, a equipe policial deu continuidade ao trabalho ontem. “Começamos a investigar as possíveis causas do acidente e estamos fazendo a identificação das vítimas.”

Noite em claro

Centenas de pessoas tiveram que passar a noite em claro na rodovia ou tiveram que esperar por várias horas a liberação da pista. O pedreiro Nilson José da Silva ficou preso no congestionamento das 23h de domingo (23) até às 9h de ontem. Ele seguia em direção a Juiz de Fora, em um ônibus urbano. “Ficamos parados no meio da BR-040. A empresa não autorizou que o coletivo utilizasse uma rota alternativa, em uma estrada de chão. Tivemos que esperar, passei a noite em claro. Hoje (ontem), acabei perdendo meu dia de trabalho, precisava descansar”, comentou.

Já a vendedora Paula Castro, moradora de Santos Dumont, saiu de casa às 6h para ir trabalhar em Juiz de Fora, porém, só chegou às 11h na cidade. “Quando passei pelo local, fiquei assustada. Esta é a segunda vez que fico presa no trecho. A outra foi aquele acidente que um caminhão pegou fogo em Ewbank, no ano passado.” O comerciante Paulo Sperandio também teve transtornos. Ele seguia a negócios para Santos Dumont. “Quando passei, na manhã de hoje (ontem), o trânsito já estava em meia pista, mas estava muito lento. Gastei duas horas para conseguir chegar.”

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O vendedor Carlos Soares também teve prejuízos. Ele precisava estar em Santos Dumont às 7h, porém, só chegou ao destino quase 9h. “Infelizmente perdi meu negócio.”

Outros dez acidentes no mesmo trecho da via só este ano

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