Idosa presa por injúria racial recebe liberdade provisória
Segundo a Justiça, audiência de custódia aconteceu nesta quarta-feira; em nota, Ansal repudiou suposta ofensa a motorista de ônibus
A mulher, de 76 anos, presa em flagrante pelo crime de injúria racial, na tarde da última segunda-feira (23), em Juiz de Fora, recebeu liberdade provisória em audiência de custódia nesta quarta (25). A informação foi confirmada pela 2ª Vara Criminal, por meio da assessoria do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Com a decisão, a idosa deixa a Penitenciária de Juiz de Fora I – José Edson Cavalieri (Pjec), onde estava detida desde a madrugada de terça, conforme a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).
A suspeita foi presa após ter sido denunciada por um motorista de ônibus da Ansal, 57, que afirma ter sido chamado de macaco pela passageira. O caso foi registrado pela Polícia Militar na Rua Jarbas de Lery Santos, próximo à Praça do Riachuelo, no Centro. Segundo o boletim de ocorrência, ela ainda teria dito: “Essa raça de motorista não vale nada”. A idosa, que teria dificuldade de locomoção, negou as ofensas e disse à polícia que o motorista parou longe da calçada no seu desembarque. Ela havia entrado no coletivo da linha 601 (Jardim Cachoeira) na altura do Monte Castelo, Zona Norte.
Em nota divulgada nesta quarta, a Ansal afirmou repudiar qualquer forma de racismo, discriminação de raça, gênero, orientação sexual, crença religiosa e/ou origem social. “Com a total indignação, manifestamos irrestrita solidariedade ao nosso colaborador, à sua família e a toda sociedade que é ofendida com esse tipo de atitude discriminatória que, infelizmente, ainda segue enraizada na nossa sociedade.”
O caso é investigado pela Polícia Civil. Após confirmar o auto de prisão em flagrante, a instituição lembrou a decisão recente do Supremo Tribunal Federal (STF), que equiparou o crime de injúria racial ao de racismo, tornando-o também inafiançável. “Esperamos que as autoridades competentes apurem os fatos e, se oportuno, responsabilize exemplarmente a agressora”, finalizou a Ansal.