Vacina deve ser aplicada no mínimo dez dias antes de viagens

Período é considerado necessário para que o organismo produza anticorpos. Para quem não pode se vacinar, especialista dá outras dicas


Por Rafaela Carvalho

25/01/2018 às 07h00- Atualizada 25/01/2018 às 07h42

Quem ainda não se vacinou e pretende viajar no carnaval deve se apressar. Isso porque a recomendação do Ministério da Saúde é que a vacina contra a febre amarela seja administrada em até dez dias antes da viagem, período necessário para que o organismo produza anticorpos para não desenvolver a doença caso entre em contato com o vírus. Portanto, quem pretende viajar na sexta-feira anterior ao carnaval, no dia 12 de fevereiro, tem que se vacinar até o próximo dia 2. A recomendação de vacinação também é válida para aqueles que não sabem se há casos confirmados da doença no local do destino.

Segundo o infectologista chefe do setor de Vigilância em Saúde do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Rodrigo Daniel de Souza, a eficácia da vacina é muito alta. Ela protege o organismo no caso de a pessoa ser picada por um dos vetores da febre amarela silvestre, os mosquitos Haemogogus e Sabethes. Para o especialista, qualquer pessoa que ainda não recebeu nenhuma dose da vacina e que não tem contraindicação deve se vacinar. “Com casos de macacos mortos por febre amarela e diversas suspeitas de casos da doença em humanos, todos deveriam ser vacinados, independente de onde moram. Isso também vale para quem vai viajar. Juiz de Fora, por exemplo, é uma área onde há regiões de mata próximas da cidade, e isso também acontece em outros locais. Onde há circulação de primatas e de mosquitos, existe um reservatório em potencial, então há chance de também ter a circulação do vírus”, pontua o especialista.

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Apesar de o Ministério da Saúde garantir que a vacina não causa reações adversas, uma parte da população questiona essa possibilidade. Mas, de acordo com o médico, a chance de contrair a doença é maior do que ter uma reação adversa. “O risco de ter uma reação grave é de uma para 400 mil doses, e o risco de se ter febre amarela já supera esse valor. Além disso, há os casos suspeitos, que ainda não foram confirmados, aumentando o risco.”
Todos os casos confirmados de febre amarela em Minas Gerais foram contraídos em áreas de mata, segundo o Ministério. Por isso, idosos e gestantes que vão viajar para regiões de risco devem procurar um médico para avaliar a possibilidade de imunização. Em outras faixas etárias, quem ainda não se vacinou deve procurar uma unidade de saúde. Em Juiz de Fora, as 63 UBSs estão funcionando das 8h às 16h30, sem intervalo de almoço, até o dia 2 de fevereiro. No caso de ser constatada alguma contraindicação à vacina, a orientação é utilizar outros meios de prevenção, que também podem proteger de doenças como dengue, zika, chikungunya e febre maculosa.

Proteção adicional

O melhor método adicional de proteção, segundo o infectologista, é o repelente, que deve ser utilizado para proteger crianças com menos de 9 meses de idade. É preciso observar o tempo de reaplicação do produto e a faixa etária indicada, além de aplicar o produto também sob as roupas, já que os mosquitos podem picar sob o tecido. Para quem vai viajar para regiões de cachoeiras ou praias e vai ficar com o corpo exposto, é essencial fazer a aplicação nos momentos em que estiver fora da água.

Já para aqueles que ainda vão permanecer em pousadas, acampamentos ou casas próximas a matas durante o carnaval, a dica é procurar locais onde há telas em portas e janelas. Outra opção é a utilização de mosquiteiros nas camas. A estadia em ambientes climatizados deve ser priorizada. A entrada de insetos como formigas, moscas e baratas, entre outros, deve ser evitada, pois eles também podem transmitir doenças.

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