Represa quase seca em São Pedro


Por Eduardo Valente

24/09/2014 às 06h00- Atualizada 25/09/2014 às 11h21

Em 2007, Cesama implantou sistema de rodízio em bairros e condomínios da Cidade Alta

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Hoje, manobras são feitas para garantir que água não falte, mas economia é recomendada

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A Represa de São Pedro, responsável por abastecer parte da Cidade Alta, o que corresponde a 8% da população de Juiz de Fora, está praticamente seca. De acordo com a Cesama, o manancial opera atualmente com 15% de sua capacidade, mas a companhia não soube informar ontem quantos dias o recurso se mantém caso não chova. Porém, garantiu que os moradores não correm o risco de ficar com as caixas d’água vazias. Isso porque é possível fazer manobras no sistema para transportar para a região parte dos recursos da Represa de João Penido e do Ribeirão Espírito Santo (manancial de passagem, conhecida como ETA-CDI).

No entanto, mesmo que exista essa possibilidade, a companhia orienta que não haja desperdício. O problema é que a João Penido também está com nível baixo, com 35%, e a ETA-CDI opera com vazão reduzida, embora a companhia afirme que esses quadros são normais durante o período de estiagem. Além disso, Chapéu D’Uvas, apesar de já inaugurada, ainda não fornece água ao sistema local, pois os períodos de testes operacionais ainda não foram concluídos. Este manancial, dez vezes maior que a João Penido, está com 40% da capacidade.

Falta de chuva

Em 1º de agosto, há 54 dias, São Pedro estava com 55% de seu potencial de armazenamento preenchida. Nesse período, choveu somente 15 milímetros. “Moro na região da represa desde que nasci e nunca a vi neste estado. Secou muito nas últimas semanas, e esta situação preocupa”, disse o porteiro Antônio José da Silva, 43 anos, que ontem caminhava pela área do manancial.

Conforme a assessoria de comunicação da Cesama, por ser pequena, a variabilidade do nível de água da represa é grande, e qualquer precipitação pode mudar a situação atual. O problema é que não há previsão de instabilidade no tempo para esta semana. Além disso, entre julho e setembro, o acumulado de chuvas na cidade foi de apenas 45,3 milímetros, o que corresponde a 37% do esperado para o período, que são 121,1 milímetros.

Dias ensolarados e baixa umidade do ar

Não há previsão de chuvas para os próximos dias em Juiz de Fora. De acordo com o 5º Distrito do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), uma massa de ar seca ganha força sobre a região Sudeste do país a partir de hoje, e a previsão é de dias ensolarados e sem chuvas. A umidade relativa do ar também pode atingir estado de atenção, ficando menor que 30%. Conforme o Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (Cptec), há possibilidade de pancadas de chuvas apenas no fim de semana, mas de curta duração e em áreas isoladas. Até sexta, os termômetros deverão oscilar entre 16 e 25 graus.

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Ontem a umidade relativa do ar já esteve baixa na cidade. Segundo o Inmet, o patamar mínimo alcançado foi de 33% no período da tarde. Quem seguia do Centro para o Bairro São Pedro pôde observar uma densa camada de fumaça na região do Vale do Ipê, vinda de uma área de vegetação.

Fogo

Em Goianá, há cerca de 40 quilômetros de Juiz de Fora, um incêndio de grandes proporções atingiu uma área verde nas proximidades do km 53 da rodovia MG-353. Segundo o assessor de comunicação do 4º Batalhão de Bombeiros Militares (BBM), capitão Marcos Santiago, 30 militares e seis viaturas da corporação se deslocaram para o local por volta das 6h de ontem e iriam permanecer na área até que não houvesse mais focos de incêndios.

A estrada de acesso aos municípios de Coronel Pacheco, Goianá e Rio Novo foi sinalizada pela 4ª Companhia de Polícia Militar de Meio Ambiente e Trânsito Rodoviário (4ª Cia. Ind. Mat.) devido à fumaça causada pelo fogo e chegou a ficar interditada por algumas horas. Segundo os bombeiros, o incêndio havia iniciado às 3h de ontem.

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