Hospitais filantrópicos sofrem com redução de estoques em JF

Remédios, alimentos e suprimentos estão escassos; transporte de pacientes também está comprometido


Por Tribuna

24/05/2018 às 19h46- Atualizada 24/05/2018 às 20h32

A Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos de Minas Gerais divulgaram uma nota sobre os impactos da greve nos hospitais filantrópicos mineiros. As instituições têm encontrado dificuldades para receber produtos e manter os estoques de remédios, alimentos, suprimentos, dentre outros. O transporte de doentes também está sendo afetado. É o caso da Ascomcer em Juiz de Fora, cujo atendimento ambulatorial de pacientes de cidades vizinhas é incerto para a próxima semana.

Na região, o Hospital São Paulo, em Muriaé, informou que, caso não haja reposição, vai faltar oxigênio. A unidade de saúde conta com um elevado número de pacientes com problemas respiratórios, principalmente idosos e criança, e o estoque disponível só consegue atender a demanda até a próxima terça-feira (29). De acordo com a instituição, o transporte e encaminhamento de alguns pacientes em tratamento de hemodiálise e de câncer estão suspensos. Outra ocorrência registrada é a falta de materiais. Nesta quinta, por exemplo, o hospital precisou pedir emprestado em outra instituição um tipo de fio cirúrgico para garantir os atendimentos.

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Em São João Nepomuceno, o Hospital São João já registra a falta de materiais de laboratório, como tubo de análise, escalpes e seringas, e, como consequência, teve que reduzir a marcação de exames. A unidade alertou também que o estoque de antibióticos está em estado crítico e que, caso continue sem o fornecimento, deverá suspender as cirurgias eletivas e atender apenas os pacientes já internados e de urgência.

Consultas e exames suspensos

Já a Agência de Cooperação Intermunicipal em Saúde Pé da Serra (Acispes), que conta com 26 municípios consorciados, anunciou que, por falta de combustível, o deslocamento dos veículos será prejudicado a partir desta sexta-feira (25). Diante desse cenário, os procedimentos já estão sendo reagendados. Os municípios que tiverem condições, poderão fazer o transporte dos seus pacientes até a Acispes, uma vez que os profissionais estarão disponíveis para atendimento. Diariamente, a agência recebe cerca de 500 pacientes para realização de consultas e exames de média complexidade. A maior parte do transporte é feita pelos micro-ônibus da própria Acispes.

Remédios

As farmácias de Juiz de Fora também estão trabalhando com estoque reduzido. Medicamentos de uso contínuo já estão em falta, principalmente os da farmácia popular. O Aradois, que combate a hipertensão, por exemplo, está entre os itens que sumiram da prateleira. O proprietário de uma rede no Centro, que prefere não se identificar, informou que o último dia de abastecimento regular do estoque foi no sábado (19). De lá para cá, as distribuidoras suspenderam o fornecimento, principalmente por causa do risco de a carga ficar retida nas rodovias. A entrega de remédios a domicílio também será suspensa, já que as motos que fazem o serviço não têm como rodar sem combustível na cidade.

Segundo a assessoria de imprensa da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), pelo menos 6,4 milhões de remédios deixaram de ser entregues no Brasil. A quantidade pode ser bem maior, já que a Abrafarma representa 40% das vendas de medicamentos no país. De acordo com a Associação, até terça-feira (22), o movimento grevista vinha tendo flexibilidade em relação a liberação de caminhões de remédios, mas, na quarta-feira, houve um endurecimento na estratégia dos grevistas, o que dificultou e até bloqueou o transporte dos produtos. “O grande problema são os medicamentos termolábeis. Tratam-se de remédios mais sensíveis para uso especial que precisam se manter refrigerados”, acrescentou o assessor Leandro Luive.

Quanto ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), a informação é que o atendimento vem sendo mantido em todas as bases.

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