Juiz de Fora é a 2ª em Minas Gerais em casos de tuberculose

Cidade registrou 405 casos da doença no ano passado. Segundo OMS, doença mata mais que Aids


Por Bárbara Riolino

23/03/2018 às 19h39

Panfletagem na região central chamou atenção da população nesta semana (Foto: Leonardo Costa)

Juiz de Fora está entre os municípios mineiros com maior número de casos de tuberculose em Minas Gerais em 2017, segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES) de Minas Gerais. No ano passado, foram feitas 405 notificações, deixando a cidade atrás apenas de Belo Horizonte, que registrou 697 casos. No estado, no ano passado, foram um total de 4.548 casos, enquanto, em 2016, 4.348 casos e, em 2015, 4.172, o que mostra tendência de crescimento da doença. Já os dados da Secretaria de Saúde de Juiz de Fora apontam que, em 2016, foram notificados 301 casos. E, em 2017, de janeiro a junho, 155.

Embora muita gente pense que a tuberculose está erradicada no país, números recentes da Organização Mundial de Saúde (OMS), divulgados em 2017, mostram que a tuberculose é a doença infecciosa que mais mata jovens e adultos, ultrapassando a Aids. No Brasil, são notificados 67 mil casos novos e 4.500 mortes em decorrência da doença por ano. Neste sábado (24), quando é comemorado o Dia Mundial de Combate à Tuberculose, a Tribuna faz um alerta quanto aos sintomas e às formas de tratamento, que é oferecido gratuitamente pelo SUS.

PUBLICIDADE

Para a enfermeira Maria Hélida Pires de Almeida, referência técnica do Programa Municipal de Controle da Tuberculose, do Setor de Doenças Transmissíveis da Vigilância Epidemiológica e Ambiental da Secretaria de Saúde, a incidência da doença pode estar associada ao abandono do tratamento por parte do paciente, que tem duração de seis meses. “A gente observa que, culturalmente, a população acredita que a tuberculose não existe mais. Mas ela não só existe como é uma doença grave. Toda a população está vulnerável, inclusive pode ocorrer casos de reincidência, mas é raro”.

A enfermeira destaca que se a tosse, seja ela seca ou com secreção, persistir por duas semanas ou mais, estando associada a outros sintomas, como emagrecimento e febre, o paciente deve procurar atendimento médico. “O mesmo vale para outras comorbidades, como sinusite, rinite ou se a pessoa é tabagista. A tuberculose tem cura, mas o seu tratamento é demorado. Ele é feito com antibióticos específicos e deve ser acompanhado por um médico até o final”. Ela ressalta que a tuberculose não é uma doença sazonal, ou seja, o contágio pode ocorrer durante o ano inteiro. Além disso, as características climáticas da cidade não influenciam na transmissão.

Bem comum
Nos últimos dias, a Secretaria de Saúde realizou uma série de atividades na cidade para alertar a população quanto à prevenção da doença. Na manhã deste sábado (24), por meio do projeto “Bem Comum” da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), a pasta promove uma panfletagem de material informativo sobre a tuberculose no Bairro JK, região Sudeste, no intuito de chamar a atenção da comunidade para os cuidados e tratamento.

O conteúdo continua após o anúncio

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.